O Internacional viveu uma quarta-feira de tensão. Os jogadores da equipe profissional boicotaram o treino da manhã em forma de protesto pelo não recebimento de valores referentes a direitos de imagem. Em alguns casos, os atrasos chegam a três meses e representam quase metade dos vencimentos dos atletas. As atividades foram retomadas no período da tarde.
"Encaminhamos que era importante esclarecer esse assunto e transferimos o treino para a tarde para que pudéssemos resolver essa situação com o grupo de atletas. Hoje pela manhã fomos surpreendidos com uma preocupação dos atletas em relação a uma parte daquilo que alguns recebem, que é o direito de imagem", afirmou o presidente Alessandro Barcellos, que indica que o Internacional já pagou uma parte da dívida com o elenco.
"Os jogadores têm o direito como todo trabalhador, tem direito a esse contrato de imagem. Não vou fazer juízo quanto ao direito. O que nos surpreendeu é que o assunto estava sendo resolvido. Duas parcelas das três foram quitadas", explicou o mandatário colorado em entrevista coletiva.
Antes, Taison compareceu à sala de imprensa e se manifestou contra alguns jornalistas que apontavam o experiente jogador como um dos líderes da greve no Internacional. O atacante usou palavras ríspidas, com palavrões e foi veemente ao negar que tenha qualquer papel de protagonista no movimento.
Alessandro Barcellos ressaltou a importância de contornar a situação o mais rápido possível para que não haja impacto esportivo na temporada. Classificado para as oitavas de final da Sul-Americana e da Copa do Brasil, o Internacional é apenas o 12º colocado no Campeonato Brasileiro.
"É um grupo novo, que tá se formando, se conhecendo. Temos realidades diferentes, foi bom até, pra deixar claro pra quem chegou. Aqui no Inter não tem vida fácil, não tem dinheiro sobrando. Temos que trabalhar para que isso não tenha maiores consequências. O momento é difícil, fomos desclassificados da Copa do Brasil. Estamos todos no mesmo barco e precisamos remar todos na mesma direção", indicou o mandatário, que também disse que a falta de comunicação interna pode ter sido decisiva para o protesto desta manhã.