As equipes da Fórmula 1 estão abertas à ideia de realizar uma "supertemporada", que iria até janeiro de 2021 e teria dois GPS de dois dias, revelou neste sábado o chefe da Ferrari, Mattia Binotto.
A pandemia do novo coronavírus obrigou a Fórmula 1 a alterar completamente o calendário da temporada de 2020, com as oito primeiras corridas sendo canceladas ou adiadas.
"Estamos em constante diálogo. Eu senti, junto com outros chefes de equipes, que é um momento crucial. Sobre o calendário, demos à Liberty Media e à FIA (Federação Internacional de Automobilismo) a liberdade para definir o calendário diante das condições atuais", afirmou Binotto à emissora Sky Itália.
O GP do Canadá, em Montreal, está agendado para abrir a temporada no dia 14 de junho, mas, diante da intensificação da covid-19 em todo o mundo, é improvável que a corrida seja mantida.
No início da semana, o chefão da Fórmula 1, Chase Carey, afirmou que acredita que ele ainda consiga montar um calendário com 15 a 18 corridas neste ano assim se isolamento social for relaxado. No entanto, como os governos não têm sinalizado que vão relaxar as medidas restritivas impostas, é difícil prever que a ideia de Carey seja viável.
Binotto explicou que, para haver os "GPs de dois dias", os treinos livres, que tradicionalmente começam às quintas ou sextas, seriam realizados aos sábados. Ele disse acreditar que, diante do atual cenário, é possível imaginar que a temporada da Fórmula comece em agosto.
"Podemos ter finais de semana de dois dias, com os treinos livres movidos para a manhã de sábado, para que possamos atender às necessidades logísticas no caso de os GPs estarem próximos", explicou Binotto. "Somando-se a isso, o atual cenário de isolamento nos mostra que talvez consigamos competir em agosto se houver condições para isso", emendou.
Sobre a possibilidade de a temporada se encerrar em janeiro do próximo ano, Binotto considera a ideia viável. "Se essa mudança nos garantir uma temporada 2020 mais completa, com a próxima temporada iniciando até março, eu acho que há uma grande disponibilidade para isso", analisou.
O chefe da Ferrari disse que está trabalhando de casa desde que retornou da Austrália, onde o GP que abriria o ano foi cancelado pouco antes do início dos treinos livres. Ele afirmou estar em contato diário com seus pilotos, o alemão Sebastian Vettel e o monegasco Charles Leclerc.