O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, admitiu ontem que "errou" ao pedir à cidade que não parasse diante da pandemia do novo coronavírus. "No dia 27 de fevereiro, circulava nas redes o vídeo #Milãonãopara. Naquele momento, ninguém tinha compreendido a gravidade do vírus", afirmou Sala, em entrevista à rede de TV RAI. "Aceito as críticas, mas não tolero que usem isso para interesses políticos."
A campanha contou com a adesão de figuras políticas importantes do país, como Matteo Salvini, líder da extrema direita italiana. A Lombardia, onde Milão está localizada, tinha 258 infectados e a Itália toda havia contabilizado 12 mortes. Hoje, Milão concentra 40% da população contaminada e 54% das mortes do país.
<b>EUA</b>
Quem também se arrependeu de defender o relaxamento da quarentena foi Don Young, deputado republicano do Alasca. Falando a uma sala cheia de idosos, em 13 de março, no mesmo dia em que Donald Trump declarou uma emergência nacional, ele pediu a todos que "prosseguissem" com suas atividades diárias e esquecessem o isolamento. Young chamou o coronavírus de "vírus da cerveja" – referência à marca de cerveja Corona – e disse que a pandemia foi "desproporcional".
Agora, ele mudou de ideia. "O impacto da covid-19 é muito real, está crescendo e remodelando nossas vidas diárias", disse na quinta-feira o deputado em uma mensagem de vídeo. "Semanas atrás, eu realmente não entendi a gravidade dessa crise. Claramente, estamos no meio de uma emergência de saúde pública urgente."
Outra mea-culpa veio da atriz Evangeline Lilly, conhecida da série de TV Lost. Em um post no Instagram, no dia 16, ela disse que seguia a vida normalmente, rejeitando pedidos para ficar em casa. Na quinta-feira, Lilly mudou de opinião e pediu desculpas, também pelo Instagram.
Alguns se arrependeram ainda mais rápido. O jogador de basquete Rudy Gobert, que no dia 9 tocou propositalmente vários microfones da sala de imprensa de seu time, o Utah Jazz, zombando do novo coronavírus, testou positivo logo depois. "Espero que minha história sirva de alerta e leve todos a levar isso a sério", disse. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>