Estadão

Mano Menezes e movimentação no mercado explicam longa invencibilidade do Inter

A vitória sobre o Flamengo, sábado, no Beira-Rio, pelo Brasileirão, comprovou o bom momento do Internacional na temporada. A equipe gaúcha melhorou de rendimento depois da chegada do técnico Mano Menezes para substituir o argentino Alexander Medina e do trabalho da diretoria para qualificar o elenco, aproveitando oportunidades por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.

A última derrota aconteceu no dia 10 de abril, ainda sob o comando de Medina, diante do Atlético-MG, na estreia da equipe no Brasileirão. Depois disso são 15 jogos de invencibilidade, sendo 13 com Mano Menezes. O argentino foi demitido no início da série invicta, no empate com o Guaireña, pela Copa Sul-Americana. Cauan de Almeida foi o treinador na vitória sobre o Fortaleza por 2 a 1 antes da estreia do atual técnico, no triunfo sobre o Fluminense por 1 a 0.

Com seis vitórias e sete empates, sendo nove desses jogos no Brasileirão, o treinador colocou o Inter na briga pelas primeiras posições na tabela. A equipe gaúcha também avançou às oitavas de final da Sul-Americana, quando vai enfrentar o Colo Colo, do Chile. O jogo de ida, em Santiago, será no dia 28 de junho.

"A invencibilidade vem nos dando confiança e segurança no nosso trabalho de equipe. Buscamos a estabilidade em etapas com a participação de todos do Clube. Por exemplo, a nossa defesa está mais sólida neste período, dentro dessa realização que vem sendo feita em conjunto. Continuamos forte neste trabalho, que mesmo com essa sequência, ainda está em uma fase de transição", afirmou Mano Menezes.

Mas qual o segredo do treinador além do trabalho? A diretoria trabalhou para melhorar o elenco Na última janela de transferências, o clube contratou sete atletas que têm atuado e contribuído para ascensão da equipe. Além do alto nível das aquisições, o clube conseguiu realizar contratações significativas sem grandes investimentos.

Por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, diversos atletas que atuam nesses países estão com os contratos suspensos. Dos sete reforços, quatro vieram dessas nações. O Inter aproveitou a janela de oportunidade e trouxe três deles, Vitão (Shakhtar Donetsk), Carlos de Pena (Dímano de Kiev) e Wanderson (Krasnodar), sem custos. A única contratação que gerou gastos diretos foi Alan Patrick, por 400 mil euros (R$ 2 milhões) mais o perdão de uma antiga dívida do Shakhtar Donetsk com o Inter.

"Tem sido muito importante o trabalho do clube com as suas estruturas, como o Centro de Análise e Prospecção de Atletas, e o projeto que foi feito pelos profissionais do clube junto com a direção. Buscamos jogadores importantes com contratos por terminar ou a possibilidade de aproveitar algum atleta do Leste Europeu que tivesse retornando ao Brasil. Trabalhamos muito forte nisso e agora a ideia é também ampliar a qualidade do grupo na janela de julho", explicou Alessandro Barcellos, presidente do Inter.

Além dos jogadores que chegaram por causa da guerra, o Inter contratou o lateral-esquerdo Renê, ex-Flamengo, e os atacantes Pedro Henrique, do Sivasspor, da Turquia, e Alemão, do Novo Hamburgo. Com um elenco mais qualificado, Mano Menezes conseguiu melhorar o rendimento da equipe.

"Trabalhamos nessa janela com uma mudança mais profunda no elenco, que não foi possível fazer no ano passado devido ao calendário de 2020 que invadiu 2021. Disputamos o Brasileirão até a última rodada e conseguimos, agora, nessa janela, fazer algumas mudanças importantes para a equipe", finalizou Barcellos.

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