Estadão

Dólar recua guiado por exterior em meio ata do Copom e cautela com Petrobras

O dólar opera em baixa, acompanhando a tendência da moeda norte-americana no exterior. Os investidores estão digerindo a ata do Copom que elevou a Selic de 12,75% para 13,25% ao ano na semana passada.

Há expectativas pela audiência do ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, na Câmara sobre a Petrobras e preços dos combustíveis, que estava prevista para começar às 9 horas.

"E também por outra reunião com técnicos do governo e o líder do governo para avaliar medida legislativa mais eficaz e emergencial, para alterar Lei das Estatais, alterar a composição do Conselho Administrativo, alteração da política de preços, o PPI, e o direito de preferência da Petrobras em licitações", disse uma fonte ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, sinalizou ainda a possibilidade de se incluir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis um voucher para caminhoneiros e o aumento do público beneficiário do auxílio-gás.

O governo estaria avaliando também a possibilidade de converter ações preferenciais da Petrobras em ordinárias, e assim a União deixaria de ser controladora da empresa, facilitando sua privatização, apurou o Valor Econômico.

Na ata, o Comitê afirmou que os dados recentes de inflação no País vieram "acima do esperado", com surpresa em itens mais voláteis e também nos ligados à inflação subjacente. Nesse contexto, o Copom destacou que a inflação subjacente acelerou, mantendo-se acima do intervalo compatível com a meta. O Copom explicou na ata que houve um debate no colegiado sobre como se daria a sinalização para a próxima reunião.

"Dada a persistência dos choques recentes, o Comitê avaliou que somente a perspectiva de manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo não asseguraria, neste momento, a convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante", relatou o documento.

A ata indica claramente que o colegiado mira uma taxa Selic maior do que as utilizadas no seu cenário de referência para o fim do ciclo (13,25%) e o fim de 2023 (10,0%), avalia o economista-chefe da Terra Investimentos, João Mauricio Rosal.

Para o analista, o Banco Central (BC) usou o parágrafo 16 da ata para enfatizar que seu plano é de manter o IPCA abaixo do teto da meta ao longo da trajetória de convergência da inflação. Essa estratégia, diz Rosal, é compatível com um ciclo mais longevo, com elevações menos abruptas dos juros no curto prazo.

Às 9h25, o dólar à vista caía 0,32%, a R$ 5,1698. O dólar para julho recuava 0,46%, a R$ 5,1860.

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