O dólar opera em alta diante da aversão a risco no exterior. O mercado de câmbio ajusta-se às perdas fortes do petróleo, acima de 5% no barril do WTI em Nova York e de 4,6% no caso do tipo Brent, em Londres, o que em tese alivia aqui os receios com inflação. O mercado precifica ainda a queda dos retornos dos Treasuries com busca de proteção global.
Os investidores operam sob expectativas de que o presidente dos EUA, Joe Biden, peça ao Congresso norte-americano nesta quarta-feira que os impostos federais sobre a gasolina e o diesel sejam suspensos por três meses. Biden também deverá pedir que os governos estaduais tomem medidas semelhantes.
Além disso, os mercados seguem temerosos de que aumentos de juros por grandes bancos centrais para combater a inflação levem a economia global a uma recessão.
Outro foco das atenções é o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, que testemunha no Senado americano hoje (10h30), além de falas de outros dirigentes do Fed no começo da tarde: Thomas Barkin, de Richmond, e Patrick Harker, de Philadelphia (13 horas), e Charles Evans, de Chicago (13h50).
Na semana passada, o BC norte-americano promoveu seu maior aumento de juros desde 1994, de 75 pontos-base, em nova tentativa de combater a disparada da inflação, alimentando temores de efeitos recessivos.
Mais cedo, a aceleração da taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido para 9,1%, renovando máxima em quatro décadas, também deu ao movimento de busca de proteção. O Banco da Inglaterra (BoE) elevou seu juro básico pela quinta vez seguida na semana passada na tentativa de conter a inflação no país e seus dirigentes seguem indicando necessidade de mais aperto monetário.
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, previu hoje que a inflação na zona do euro deverá se manter perto do atual nível recorde nos próximos meses e começar a desacelerar após o verão europeu. O BCE já sinalizou que deve iniciar o aperto de juros em julho.
Às 9h32, o dólar à vista desacelerava a alta, a R$ 5,1559 (+0,03%), após atrair fluxo exportador ao subir mais cedo acima de R$ 5,17 (máxima foi a R$ 5,1734). O dólar para julho ganhava 0,52%, a R$ 5,1705.