Estadão

Não ficará impune, diz governador após procurador espancar procuradora-geral

O Ouvidor das Polícias de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, requisitou nesta quarta-feira, 22, ao delegado-geral de polícia, Osvaldo Nico Gonçalves, a prisão temporária de Demétrius Oliveira de Macedo, procurador municipal de Registro – cidade no Vale do Ribeira, a 190 quilômetros de São Paulo – que agrediu brutalmente a procuradora-geral da cidade, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, com socos e pontapés na segunda-feira, 20.

Citando as "imagens impactantes" das agressões, Lopes avalia que a prisão temporária do procurador é "necessária a fim de salvaguardar o direito da vítima". A requisição assinada pelo ouvidor, enviada ao chefe da Polícia, deve ser encaminhada posteriormente à delegacia responsável pela investigação, que é a responsável por eventualmente pedir à Justiça a decretação de medida cautelar contra Demétrius.

Após a solicitação do ouvidor, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, indicou que a Polícia Civil pediu a prisão do procurador municipal. "Que a Justiça faça a sua parte e puna todo e qualquer covarde que agrida uma mulher", afirmou em seu perfil no Twitter.

O Ministério Público de São Paulo designou dois promotores de Justiça, com atuação na cidade, foram designados para responder pelo procedimento do órgão sobre o caso.

Como mostrou o <b>Estadão</b>, as agressões de Demétrius contra Gabriela foram registradas em vídeo. Após derrubar a procuradora-geral, ele dá socos e pontapés na mulher, a quem é subordinado. Também a chama de "vagabunda" e "puta".

Outras duas servidoras tentam conter Macedo. Uma delas é empurrada com violência contra uma porta fechada. A outra arrasta Gabriela para tentar afastá-la do agressor. O procurador só foi contido após a intervenção de outros funcionários que ouviram os gritos de socorro.

O caso foi registrado como lesão corporal na Delegacia de Defesa da Mulher de Registro. A prefeitura suspendeu o procurador.

Em entrevista à <i>TV Tribuna</i>, filiada da TV Globo, Gabriela disse que as agressões aconteceram depois que ela pediu a abertura de um processo disciplinar contra o procurador por maus tratos a outra funcionária. "Foi exposta a minha dignidade como mulher, fui desrespeitada com servidora pública", afirmou.

<b>COM A PALAVRA, O PROCURADOR</b>

A reportagem busca contato com Demétrius Oliveira de Macedo. O espaço está aberto para manifestação.

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