O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado nesta quinta-feira, 30, trouxe a mudança da projeção do Banco Central (BC) da taxa de juros neutra, de 3,5% no relatório de março para 4,0% ao ano. O BC também afirma que os cenários de inflação considerados consideram o fenômeno La Niña nas projeções, assim como a bandeira tarifária amarela em energia no fim de todos os anos até 2024.
Em relação ao petróleo, o BC destaca que usa, no cenário de referência, o barril da commodity seguindo a curva futura e terminando o ano de 2022 em US$ 110/barril. Depois, sobe a 2% ao ano.
A autoridade monetária ainda voltou a destacar que as projeções de seu cenário de referência não consideram "os efeitos de diversas medidas em tramitação envolvendo a tributação de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações".
O RTI também informou que a taxa de juros real alcança o pico de 7,0% ao ano no segundo trimestre de 2022, permanecendo neste nível até o fim deste ano. O vale, segundo o BC, em -1,3% ao ano, foi atingido no último trimestre de 2020. Segundo a autoridade monetária, depois do vale, a taxa de juros real entrou "trajetória rapidamente ascendente".
Depois do fim deste ano, o BC estima que a taxa de juros real entra em trajetória de queda, terminando 2023 em 5,4% e 2024 em 4,4%, ainda acima da taxa de juros real neutra estimada pelo BC, atualmente em 4%.
"Quando se observa o desvio da taxa real de juros em relação à taxa de juros neutra considerada, como houve aumento desta última na comparação com o Relatório anterior, esse desvio é mais baixo em todo o horizonte considerado, à exceção dos três últimos trimestres de 2023, quando o aumento da taxa real é superior à elevação da taxa neutra", acrescentou o BC, no RTI.