Correção: Bolsonaro está fazendo um bom trabalho, diz Michael Klein

Atenção senhor (a) editor (a): O texto foi atualizado para corrigir a informação publicada anteriormente de que Michael Klein é acionista majoritário da Via Varejo. Ele é o maior acionista, com 9,78% das ações, mas o grupo não tem bloco de controle. Segue versão corrigida:

Apesar da deterioração no mercado financeiro – acentuada nas últimas semanas, principalmente depois de o presidente Jair Bolsonaro anunciar a troca do presidente da Petrobras, por discordar da política de preços da estatal – e da saída do governo de empresários e economistas liberais como Salim Mattar e Roberto Castello Branco, Michael Klein mantém seu apoio ao presidente. "Se alguém perguntar em termos de avaliação, eu manteria ele. Vamos dizer, renovaria por mais quatro anos."

O principal ponto positivo da gestão Bolsonaro, na visão do maior acionista da Via Varejo, com 9,78% das ações, é "a conduta que ele está tomando para manter o ministro da Economia, Paulo Guedes, que está fazendo um bom trabalho".

O empresário, porém, diz que não retiraria Roberto Castello Branco do comando da Petrobrás, dado que o economista vinha apresentando bons resultados. "Quem dá lucro, a gente quer manter." Castello Branco será substituído pelo general da reserva Joaquim Silva e Luna, presidente de Itaipu.

A seguir, confira trechos da entrevista.

<b>Na sua última entrevista ao <b>Estadão</b>, em agosto de 2019, o sr. avaliou o governo como bom. Mantém essa avaliação?</b>

Mantenho. Acho que o presidente está fazendo um bom trabalho. Está sendo bem autoritário, bem decisivo. Se alguém perguntar em termos de avaliação, eu manteria ele. Vamos dizer, renovaria por mais quatro anos.

<b>Como vê a questão de mexer na Petrobras? Não foi uma decisão bem recebida pelo mercado.</b>

Vou dizer o que eu li. O que ele está fazendo é substituindo um imposto. Está retirando um imposto de gás de cozinha e de diesel e vai cobrar em alguma outra coisa, porque, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o desconto que der em um imposto tem de ser coberto por um novo imposto.

<b>Eu me referia também à troca do presidente da Petrobras.</b>

Se tem um executivo que deixou resultado e mostrou para o País que tem condições de administrar uma Petrobras, acho que tem de manter a pessoa. Eu manteria. Quem dá lucro, a gente quer manter.

<b>Mas quais pontos do governo Bolsonaro o sr. avalia como positivos?</b>

O que a gente avalia é a conduta que ele está tomando para manter o ministro da Economia, Paulo Guedes, que está fazendo um bom trabalho. Acho que, na parte financeira, (o governo) vai ter condições de apresentar um bom trabalho. O que importa é ser um bom gestor.

<b>Na condução do combate à pandemia, o sr. também faz essa avaliação?</b>

Eu não sou técnico em medicina, mas temos de confiar que eles estão fazendo o melhor trabalho possível. Essa é a minha percepção, de que está sendo feito o que é possível. O Brasil – até pela (experiência na área de) aviação a gente percebe – é um País muito difícil: rotas muito distantes, sair para vacinar no interior do Amazonas, ir para Mato Grosso, precisa ter uma logística muito boa e uma boa vontade de vacinar todo o pessoal. Eu logo, logo, acredito, mais uns dois meses, vou estar na fila da vacinação.

<b>O sr. não responsabiliza o governo pelo aumento de mortes da covid?</b>

Eu não sou técnico para poder avaliar. A gente está vendo os Estados Unidos, que têm toda a tecnologia que existe no mundo, eles estavam com quase o dobro de mortes que aqui. É um país que tem tecnologia e logística melhores, facilidade. Eles têm condição de fazer melhor do que a gente. Espero que a gente consiga correr atrás e vacinar o quanto antes a maior parte da população para não termos um boom novamente de muitas mortes no País. Mas não posso responsabilizar ninguém por isso (pelas mortes). Desculpe a franqueza.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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