O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta terça-feira, 12, reação de amigos e integrantes da festa de aniversário do guarda municipal Marcelo Arruda, petista morto a tiros por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal bolsonarista. Um vídeo de uma câmera de segurança mostra que Arruda foi baleado e reagiu atirando no agressor, que está internado e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
"O cara que morreu, que estava lá na festa, jogou pedra no vidro daquele cara que estava com o carro do lado de fora. Depois, ele voltou, começou o tiroteio lá, e morreu o aniversariante. O outro foi ferido, ficou lá caído no chão e aí o pessoal da festa, to;)dos petistas, encheram a cara dele de chutes", afirmou o presidente a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. O trecho da conversa foi divulgado nesta terça-feira, 12, por um canal governista no YouTube. Até o momento, Bolsonaro não prestou solidariedade à família do guarda municipal.
Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos na Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. A festa tinha temática do PT, com bandeiras e camisas que estampavam o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à Presidência. A comemoração foi interrompida por Guaranho, que, segundo testemunhas, gritou "aqui é Bolsonaro", antes de começar a atirar.
Para Bolsonaro, quem teria chutado seu apoiador poderia responder criminalmente. "Petistas é violência do bem, chute na cara de quem está deitado e caído no chão. A gente não sabe de tudo que aconteceu, as imagens demonstram os atos de violência que houve lá dentro do recinto. Se esse cara morre, vamos supor, de traumatismo craniano, e não por causa de ferimento à bala, esses petistas que chutaram a cara dele lá vão responder por homicídio", afirmou Bolsonaro, endossado por apoiadores.
Na conversa com simpatizantes, o chefe do Executivo ainda revelou que a investigação do caso possa ser concluída em breve. "Grande parte da imprensa mostrou as imagens do tiroteio dentro lá do recinto, não mostrou o que aconteceu lá fora. Nada justifica troca de tiros, nada justifica. Mas lá fora, está sendo concluída investigação pela Polícia Civil do Paraná, talvez conclua hoje, haja coletiva talvez, para gente ver que teve problema lá fora".
De acordo com o boletim, Guaranho, que era desconhecido dos convidados, havia interrompido a comemoração e ameaçado os presentes com uma arma na mão momentos antes do crime, por volta de 23h20.
Ele teria chegado ao local em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo. Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo aos gritos: "Aqui é Bolsonaro", conforme relato descrito na ocorrência.
Guaranho deixou o local e 20 minutos depois retornou sozinho. Foi recebido por Arruda e pela esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva. O casal se identificou como agentes da segurança pública. O guarda municipal sacou a arma ao mostrar o distintivo. Neste momento, conforme o registro policial, Guaranho efetuou os dois primeiros disparos, acertando a vítima.
Imagens de uma câmera de segurança mostram quando Arruda, mesmo ferido e já caído, dispara contra o agente penitenciário.
Bolsonaro negou que estimule a violência no País, como afirma a oposição, e voltou a se defender com números da queda de homicídios. Ele ainda reiterou sua bandeira pelo armamento da população. "Não vamos nos intimidar, estamos fazendo a coisa certa", declarou aos apoiadores. Durante a campanha de 2018, ele chegou a falar em "metralhar a petezada" durante ato de campanha.