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Baby do Brasil 70 anos: relembre momentos da carreira da cantora

Baby do Brasil completa 70 anos de idade nesta segunda-feira, 18. "Sou bem Matrix. Não tomo droga, não queimo fumo, mas sou muito mais louca do que todo mundo pensa". Assim a cantora se definia em entrevista ao Estadão, em 2013.

Em conversa mais recente, já em abril de 2022, refletiu sobre a idade: "Não se faz mais 70 anos como antigamente! Fiquei me lembrando quando projetei isso já bem garota, tinha visto uma foto de uma mulher na beirada da piscina. Naquela época, ela tinha 40. Eu admirei, porque, quando eu era pequena, uma mulher de 30 era uma senhora – e ela tinha 40!"

"Agora, com 70 anos, isso coroa de uma maneira enorme, porque eu deveria ser uma coroa de 70 anos, mas não, eu sou uma criança de 70 anos. Porque também eu abdiquei de ser adulta. Não gostei da expiriência. Acho que o mundo adulto é um fracasso. Ele gosta de guerra, de caretice, maldade, detesto tudo isso", continuou.

Ao longo de sua carreira, que ganhou projeção nacional com os Novos Baianos, na década de 1970, Baby passou por diferentes fases de sua vida. Relembre parte delas abaixo, acompanhadas por algumas de suas músicas.

Quando tinha menos de 20 anos, formou o grupo Novos Baianos ao lado de outros nomes que se tornariam conhecidos, como Pepeu Gomes (com quem foi casada), Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão, Moraes Moreira, Jorginho Gomes e Dadi Carvalho. Em 1972, a banda lançou o clássico disco Acabou Chorare, considerado um marco da música brasileira.

Em 1979, lançou O Que Vier Eu Traço, seu primeiro álbum solo. "Mesmo em suas apresentações individuais, Baby mantém o estilo consagrado com os Novos Baianos, que funde o rock ao samba, à marcha e mesmo ao frevo", destacava o Estadão sobre a cantora, à época.

Nessa mesma etapa da carreira, produziu Pra Enloquecer – LP em que aparecia acompanhada por seus quatro filhos na foto de capa.

A cantora foi conhecida como Baby Consuelo por muitos anos. A mudança veio na década de 1990. Após ter feito uma peregrinação pelo Caminho de Santiago (de Compostela), em 1998, contava ao <b>Estadão</b>: "O caminho alterou completamente o rumo da minha vida. Encontrei no caminho um espaço para enfrentar fantasmas e rever preconceitos, para poder de frente comigo mesma sem medo de colisão. Deixei no caminho tudo o que me incomodava – o sobrenome Consuelo era uma dessas coisas". De sua experiência, surgiu ainda o livro Peregrina, Meu Caminho no Caminho.

Após quase duas décadas separados, os Novos Baianos se reuniriam novamente em 1997 para a gravação de um disco duplo para a MTV. "Será maravilhoso mostrar à juventude a importância dos Novos Baianos para a geração dos anos 70. Nós temos uma amizade muito grande desde o tempo em que morávamos juntos. Às vezes brigamos, como toda família briga. Esta volta era inevitável", contava ao Estadão naquele ano. Quase 20 anos depois, o grupo se reuniria novamente, com Pepeu Gomes, Paulinho Boca, Baby do Brasil, Moraes Moreira e Luiz Galvão.

Nos anos 2000, a cantora intensificou sua e passou a lançar diversas músicas religiosas. Como pastora, também se acostumou a cantar em igrejas e a ressaltar a importância de Jesus Cristo em sua vida em apresentações para diversos públicos.

"Em 30 anos, se o Rock In Rio ainda existir, qual apresentação será lembrada como icônica do festival? O reencontro no palco de Baby do Brasil e Pepeu Gomes obrigatoriamente estará na lista. O casal separado em 1988 nunca mais havia se apresentado junto e, mesmo que não estejam mais unidos, a química no palco é impecável". Assim a crítica do Estadão destacava o show da artista no Rock In Rio de 2015.

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