O PP realiza nesta quarta-feira, 27, sua convenção nacional para declarar apoio oficial à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição. Depois de ter endossado Geraldo Alckmin para o Palácio do Planalto em 2018, os partidos do Centrão embarcaram no governo do ex-capitão e agora apostam no poder que ganharam com Bolsonaro para aumentar suas bancadas no Congresso a partir de 2023.
Uma das principais lideranças do PP, o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), participou neste domingo, 24, da convenção do PL que lançou Bolsonaro como candidato. O deputado vestiu, literalmente, a camisa da campanha à reeleição. Ele apareceu no ginásio do Maracanãzinho, no Rio, onde ocorreu o ato político, usando uma camisa polo azul com a frase Bolsonaro 22 , que faz referência ao número do PL nas urnas.
Lira e Bolsonaro deverão estar juntos, novamente, na convenção do PP, que vai ocorrer no Auditório Nereu Ramos, na própria Câmara dos Deputados. O presidente da Casa está em Alagoas para fazer campanha, durante o recesso do Congresso, mas planeja retornar a Brasília para sacramentar o embarque de seu partido na campanha bolsonarista.
Durante um evento com empresários do setor industrial, em Belo Horizonte (MG), em 26 de maio, Lira defendeu em público a reeleição de Bolsonaro. "Só precisamos de mais quatro anos", declarou. Nos bastidores, contudo, como mostrou o <b>Broadcast Político</b>, os líderes do Centrão têm se mostrado insatisfeitos com a estratégia montada pela campanha do chefe do Executivo para conseguir votos.
Esses parlamentares avaliam que o presidente deveria se concentrar no Sudeste, em vez de cumprir agendas no Nordeste, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com folga as pesquisas de intenção de voto.
Na última eleição presidencial, o Centrão – formado principalmente por PP, PL e Republicanos – apoiou Alckmin, então no PSDB, mas o ex-tucano obteve menos de 5% dos votos no primeiro turno. Hoje, o ex-governador de São Paulo está filiado ao PSB e vai concorrer como vice de Lula.
Em agosto de 2020, após Bolsonaro ter tentado governar sem fazer alianças com os partidos no Congresso, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) assumiu a liderança do governo na Câmara. Depois, em fevereiro de 2021, Lira derrotou o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e foi eleito para a presidência da Casa com apoio do Palácio do Planalto.
Em julho do mesmo ano, o presidente licenciado do PP, Ciro Nogueira, assumiu a Casa Civil, chamada por Bolsonaro de "alma do governo". Na ocasião, o presidente rebateu as críticas à sua aliança com os partidos que criticava na campanha eleitoral de 2018 e declarou: "Eu sou do Centrão".
Como parte do governo e no comando da Câmara, o PP acumulou poder nos últimos anos. E é nisso que o partido aposta para crescer, mesmo que Bolsonaro perca a disputa pela Presidência. "Nós temos o presidente da Câmara, Arthur Lira, temos o ministério mais importante do governo federal, com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Nós crescemos muito e nos tornamos a segunda maior força política do País. E queremos manter essa performance na estratégia que montamos para a eleição", afirmou o presidente nacional em exercício da legenda, deputado Claudio Cajado (BA), ao <b>Broadcast Político</b>.