A Ucrânia destruiu nesta quarta, 27, a Ponte de Antonivskyi, sobre o Rio Dnieper, em mais um passo de sua contraofensiva para retomar a região de Kherson, no sul do país. Nos últimos dias, os avanços ucranianos foram conquistados com a ajuda de foguetes de precisão M142 Himars, dos EUA, que se tornaram um símbolo da vulnerabilidade da Rússia.
O sucesso dos foguetes não está passando em branco na Europa. A Polônia e os países bálticos, os vizinhos que mais se sentem ameaçados pela Rússia, já concluíram que os Himars estão entre as armas mais eficazes para deter o avanço russo na Ucrânia e estão encomendando os sistemas de lançamento a um custo de centenas de milhões de dólares.
O ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, anunciou a solicitação de 500 Himars, além de munição. O Departamento de Estado dos EUA disse que a Estônia comprou seis lançadores e munições no valor de US$ 500 milhões. A Letônia requisitou US$ 300 milhões logo em seguida. A próxima da lista de compradores deve ser a Lituânia.
"O acordo para desbloquear o Porto de Odessa seria impossível sem os Himars. Está claro que a guerra terminará mais cedo se armarmos a Ucrânia mais depressa", afirmou o chanceler lituano, Gabrielius Landsbergis.
Para armar seus lançadores, Letônia e Estônia negociam a compra de mísseis táticos MGM-140, de fabricação americana, com 300 quilômetros de alcance. Da fronteira estoniana, eles seriam capazes de atingir São Petersburgo. Se lançados do território letão, chegariam na metade do caminho de Moscou.
<b>Precisão</b>
"Vamos aumentar o preço da agressão. Se eles souberem que podemos destruir alguns alvos, terão de procurar soluções alternativas", disse o ministro da Defesa da Estônia, Kusti Salm.
Mas as Forças Armadas dos EUA podem colocar mísseis ainda mais modernos no tabuleiro europeu. Uma nova versão dos Himars, que deve entrar em operação no ano que vem, tem alcance de 500 quilômetros. Se os americanos decidirem enviar para seus aliados da Otan, no Báltico e no Leste Europeu, o arsenal poderia atingir os arredores de Moscou.
<b>Equilíbrio</b>
Os Himars chegaram à Ucrânia no fim de junho. Em 16 de julho, Kiev disse ter usado os lançadores para destruir 30 centros logísticos da Rússia. Ontem, os ucranianos alegaram ter destruído um depósito de munição, peças de artilharia e equipamentos militares na região de Kherson, cujo domínio deixaria mais vulnerável o controle russo da Península da Crimeia.
A ponte inutilizada ontem é a principal travessia sobre o Rio Dnieper. A única outra opção é uma barragem em uma usina hidrelétrica, que também está sob intenso bombardeio ucraniano – embora ainda esteja aberta. Eliminar as duas passagens tornaria muito difícil para os militares russos enviar suprimentos para suas forças na região. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>