A Vale informou nesta quinta-feira, 28, que assinou, em conjunto com seus sócios Posco e Dongkuk, um acordo vinculante com a ArcelorMittal para a venda de suas respectivas participações na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). O <i>enterprise value</i> da transação é de aproximadamente US$ 2,2 bilhões, que será utilizado para o pagamento antecipado do saldo da dívida líquida de aproximadamente US$ 2,3 bilhões.
A conclusão da transação está sujeita às aprovações corporativas e regulatórias usuais, incluindo pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo a ArcelorMittal, a aprovação é esperada até o final de 2022.
Localizada no Ceará e fundada em 2008, a CSP é uma joint venture entre a Vale (50%), Dongkuk (30%) e Posco (20%) e tem capacidade instalada de três milhões de toneladas de placas de aço por ano. "Esta transação reforça a estratégia da Vale de simplificação de portfólio, com foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento, pautados pela alocação de capital disciplinada", diz a mineradora.
Já a ArcelorMittal diz que a aquisição traz diversos benefícios estratégicos para a companhia, incluindo o potencial de ampliar a posição da empresa na indústria siderúrgica brasileira, que tem potencial de alto crescimento e capitalizar o significativo investimento planejado de terceiros para formar um hub de eletricidade limpa e de hidrogênio verde em Pecém.
A ArcelorMittal diz ainda que pode adicionar a capacidade de produção de placas de alta qualidade e com competitividade em termos de custo, com o potencial de fornecer placas dentro do grupo ou de vender nas Américas do Norte e do Sul.
O negócio também deve permitir novas expansões por parte da ArcelorMittal, como a opção de adicionar capacidade de siderurgia primária (incluindo redução direta de minério de ferro – DRI) e capacidade de laminação e acabamento. A empresa estima capturar mais de US$ 50 milhões de sinergias identificadas, incluindo despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A), compras e otimização de processo.