O primeiro comboio de navios ucranianos composto pelos graneleiros Navi Star, Rojen e Polarnet, carregando quase 60 mil toneladas de milho, partiu do porto de Odessa na manhã desta sexta-feira, 5, em um sinal de que o acordo do mês passado com a Rússia para facilitar as exportações de alimentos ucranianos está se mantendo mesmo com o conflito em todo o país.
A partida segue um teste realizado pela navio Razoni, com bandeira de Serra Leoa, que deixou Odessa na segunda-feira passada e, após uma inspeção conjunta entre os países envolvidos no tratado, em Istambul, foi autorizado a prosseguir para o Líbano. Os inspetores também liberaram o primeiro navio em direção à Ucrânia em cinco meses, o Fulmar S, com bandeira de Barbados, disse o Ministério da Defesa turco. Autoridades ucranianas disseram que esperam que ele chegue a Odessa amanhã.
As remessas do comboio, que ajudarão a aliviar uma crise alimentar global e fornecerão e aquecerão a economia da Ucrânia, se tornaram viáveis por um acordo intermediado no mês passado pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. O presidente da Turquia, cujo país é o único membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que se recusou a impor sanções a Moscou, deveria se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, em Sochi, na costa russa do Mar Negro, nesta sexta-feira, seu segundo encontro em menos de um mês.
Os três portos de Odessa podem receber cerca de 100 navios de carga e exportar perto de 3 milhões de toneladas de grãos por mês, disse Oleksandr Kubrakov, ministro de Infraestrutura da Ucrânia. "Esperamos que as garantias de segurança de nossos parceiros na ONU e na Turquia continuem funcionando e que a exportação de alimentos de nossos portos se torne estável para todos os participantes do mercado", afirmou.
Apesar do sucesso do acordo, as forças russas e ucranianas continuam os confrontos. Autoridades da ONU, Turquia, Ucrânia e Rússia assinaram o tratado de grãos em Istambul após meses de negociações. Sob o documento, as partes em conflito concordaram em não atacar os navios que transitam pelo Mar Negro. Pilotos ucranianos guiarão seus navios por um canal seguro e sua carga será inspecionada em Istambul. Fonte: Dow Jones Newswires.