Estadão

Filme Noites Alienígenas, do Acre, se consagra em Gramado

Havia muita gente chorando no final da sessão oficial de Marte Um, no Festival de Gramado. A choradeira prosseguiu na manhã seguinte, quando o longa do mineiro Gabriel Martins, seguindo o protocolo, teve nova sessão para retardatários e o público em geral.

Mas o filme não venceu os prêmios do júri, nem o da crítica, ambos atribuídos a uma verdadeira raridade: a produção do Acre, Noites Alienígenas, de Sérgio Carvalho. O filme também venceu os Kikitos de melhor ator, Gabriel Knox, e melhores coadjuvantes, Joana Gatis e Chico Diaz. Houve um quinto prêmio – uma menção honrosa a Adanilo, pela linha de interpretação de seu personagem.

A Mãe valeu a Marcélia Cartaxo seu segundo Kikito de melhor atriz, após o de Pacarrete, em 2019, e Cristiano Burlan venceu como melhor diretor.

O deslumbrante Marte Um recebeu o prêmio do público, o especial do júri, o de melhor roteiro, do próprio diretor, e o Kikito de melhor trilha musical, para Daniel Simitan. Foram quatro estatuetas.

Tinnitus, de Gregorio Graziosi, venceu como melhor fotografia, assinada pelo português Rui Poças, dos grandes filmes de Miguel Gomes, melhor montagem e melhor direção de arte, somando três Kikitos.

A Mãe também ganhou um terceiro prêmio, o de melhor desenho de som. Foi uma premiação equilibrada.

Já nesta quinta, 25, o público terá a oportunidade de avaliar o acerto, ou não, da escolha principal. Marte Um estreia nesse dia. É raro que um vencedor de Gramado chegue tão rapidamente aos cinemas, mas a decisão de lançar o filme em agosto, antes do acirramento do processo eleitoral, já estava tomada antes mesmo que Marte Um fosse selecionado para Gramado. O longa da empresa mineira Filmes de Plástico passou com garbo pelos festivais de Sundance e Toulouse.

<b>Histórias de família</b>

Mães que buscam ou tentam proteger os filhos, A Mãe e Noites Alienígenas. O futebol – o pai que sonha ver o filho jogar no Cruzeiro e o filho que sonha com outra coisa. Uma viagem a Marte: Marte Um. Garotas competitivas, no meio desportivo, dos saltos ornamentais, Tinnitus.

O futebol, outra história de filho que tem de decidir entre seguir o desejo do pai/empresário ou fazer as próprias escolhas, também definiu o vencedor da competição internacional – o uruguaio 9, de Martin Barrenechea e Nicolás Branca, que também venceu o Kikito de melhor ator do júri oficial, Enzo Vogrincinc, e o prêmio da crítica.

Foi um festival marcado por temas como a inclusão social, a afirmação identitária e, no palco, duras críticas à falta de uma política cultural pelo Governo Federal.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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