Estadão

Hospitais filantrópicos já reduzem atendimento

Hospitais filantrópicos essenciais correm o risco de parar ou reduzir o atendimento. Com 72 serviços de saúde e assistência, presentes em diversas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás, Ceará, Pará e Amazonas, a Rede Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus tem hoje 8.543 profissionais e o impacto mensal com o novo piso da enfermagem será de R$ 6,8 milhões. Fazem parte da rede hospitalar referências regionais, como o Regional de Presidente Prudente, Regional de Ilha Solteira e o Hospital João Paulo II, em Rio Preto.

Conforme o presidente do CMB, Miroceles Veras, o subfinanciamento é um problema histórico. "A tabela do SUS tem valores totalmente defasados. Estamos há dois anos querendo discutir uma nova forma de financiamento, que é pagar de uma forma justa os procedimentos pelos seus custos. Hoje, a defasagem é de 60% sobre o valor que nós pagamos", disse, lembrando que nos últimos seis anos, 315 instituições encerraram os serviços por falta de condições financeiras de continuar operando.

Em Minas Gerais, a Santa Casa de Belo Horizonte entrou com ação na Justiça e, no último dia 12, conseguiu o bloqueio de pouco mais de R$ 3 milhões do Fundo Estadual de Saúde, verbas dos governos estadual e federal. A decisão, do juiz federal Pedro Pereira Pimenta, levou em conta o risco de prejuízo à prestação de serviço de saúde essencial à população.

Sem recursos para pagar um salário melhor para o pessoal da enfermagem, a Santa Casa de Poços de Caldas (MG), fundada há 118 anos, viu seus melhores enfermeiros migrarem para hospitais particulares da cidade. No início deste mês, por falta desses profissionais e de outros da enfermagem, o hospital anunciou o fechamento da ala de convênios, que ocupava ao menos 12 apartamentos. "Sacrificamos um setor importante para manter o atendimento do SUS, que é nossa principal missão", disse ao Estado o superintendente Ricardo Sá.

Para o presidente da Confederação Nacional de Saúde, Breno Monteiro, a rede de hospitais filantrópicos é fundamental para o SUS. "Ela realiza mais 70% dos procedimentos de alta complexidade", ressalta.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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