Mísseis e artilharia russos atingiram áreas próximas da maior usina nuclear da Europa, disseram autoridades ucranianas neste domingo, 28, enquanto persistiam os temores de que os combates nas proximidades da instalação poderiam danificar a usina e causar um vazamento de radiação. Ataques na mes área também ocorreram no sábado (27).
As forças russas assumiram o controle da Usina Nuclear de Zaporizhzhia logo após o início da guerra e detêm território adjacente ao longo da margem esquerda do Rio Dnieper. A Ucrânia controla a margem direita, incluindo as cidades de Nikopol e Marhanets, cada uma a cerca de dez quilômetros da usina.
Intensos disparos registrados durante a noite deixaram partes de Nikopol sem eletricidade, afirmou o governador da região de Dnipropetrovsk, Valentyn Reznichenko. Ataques com mísseis também atingiram Marhanets e a cidade de Zaporizhzhia, a cerca de 40 quilômetros rio acima da usina nuclear.
Na semana passada, as autoridades começaram a distribuir comprimidos de iodo para os moradores que vivem perto da usina de Zaporizhzhia, em uma medida de prevenção para o caso de exposição à radiação, que pode causar problemas de saúde.
Grande parte da preocupação se concentra nos sistemas de refrigeração dos reatores nucleares da usina. Os sistemas precisam de energia para funcionar, e a usina foi temporariamente desligada na quinta-feira (25) por causa do que as autoridades disseram ser danos causados por um incêndio em uma linha de transmissão. Uma falha no sistema de resfriamento pode causar um colapso nuclear.
As forças russas ocuparam o complexo da usina nuclear no início da guerra, mas trabalhadores ucranianos locais mantiveram a instalação funcionando. Os governos ucraniano e russo acusaram repetidamente um ao outro de bombardear o complexo e áreas próximas, levantando temores de uma possível catástrofe.
O bombardeio periódico danificou a infraestrutura da usina, disse a operadora de energia nuclear da Ucrânia, Energoatom, neste sábado. "Há riscos de vazamento de hidrogênio e respingos de substâncias radioativas, e o risco de incêndio é alto", disse.
A agência de energia atômica da ONU tenta chegar a um acordo para enviar uma equipe para inspecionar e ajudar a proteger a usina. Autoridades disseram que os preparativos para a visita estão em andamento, mas ainda não está claro quando ela pode ocorrer. Fonte: Associated Press.