Presidente do Chile, Gabriel Boric destacou incertezas e choques no cenário global em discurso na 77ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. "Nenhum país está imune ou isolado de eventos globais, o Chile não é exceção", disse o líder nesta terça-feira, 20.
Apesar da rejeição pela população da nova proposta de Constituição, defendida por Boric, o líder chileno disse não considerar uma derrota para seu governo.
Boric notou a participação massiva no referendo e afirmou que "uma nova fórmula" está sendo procurada. "Alguns viram (a derrota da proposta) como uma derrota para o governo. Mas um governo nunca pode se sentir derrotado quando seu povo fala."
Ainda, o presidente disse esperar que logo o país tenha uma Constituição que garanta satisfação e orgulho."O Chile vive um intenso processo político atualmente", disse.
Boric afirmou que o modelo de desenvolvimento econômico do país levou à concentração de riqueza e à colocação do país que governa como um dos mais desiguais do mundo.
O presidente mencionou a guerra entre Rússia e Ucrânia e o cenário da Venezuela como pontos que contribuem para a instabilidade generalizada. Notou os efeitos da crise climática, em especial na América. "Está claro que nenhum país, pequeno ou grande, humilde ou poderoso, pode salvar a si mesmo sozinho."
Em discurso com forte defesa do multilateralismo, Boric disse que "o mundo precisa do Chile e o Chile precisa do Mundo". "Necessitamos de uma nova América Latina e maior cooperação do Sul global", afirmou.