Estadão

Punido por racismo e misoginia, dono do Phoenix Suns coloca franquias à venda

Robert Sarver, proprietário do Phoenix Suns, da NBA, e do Phoenix Mercury, da WNBA, está colocando suas franquias à venda. O anúncio aconteceu nesta quarta-feira. A decisão foi tomada após ele receber uma suspensão de um ano e uma multa máxima da NBA de US$ 10 milhões por relatos de racismo e misoginia.

O mandatário foi alvo de uma investigação da liga que colheu relatos de dezenas de funcionários. Os depoimentos constataram um ambiente de trabalho hostil e tóxico. Astros como LeBron James, Draymon Green e até Chris Paul, atleta do próprio Suns, também se manifestaram e consideraram a punição dada a Sarver como branda.

A repercussão negativa estourou em todas as frentes. A Paypal, empresa que estampa sua marca na camisa de jogo do Phoenix, ameaçou encerrar a parceria caso o dirigente continuasse na organização.

Por meio de suas redes sociais, Chris Paul demonstrou seu descontentamento. "Fiquei e estou horrorizado e decepcionado com o que li. Esta conduta, especialmente em relação às mulheres, é inaceitável e nunca deve ser repetida. Meu coração está com todas as pessoas que foram afetadas", publicou em sua postagem.

O valor da multa já tem seu destino decretado e vai ser doado para organizações que tratam a abordagem de questões de raça e gênero dentro e fora do ambiente de trabalho.

As investigação teve início após uma matéria publicada pela ESPN dos EUA em novembro de 2021. A reportagem retratou as atitudes de Server nos 17 anos à frente das franquias.

Mais de 320 profissionais foram ouvidos e cerca de 80 mil documentos foram analisados, além de emails, vídeos e troca de mensagens.

Diante da situação, Sarver fez um comunicado, tenta se defender e avisa sobre a decisão de se desfazer das franquias.

"Em nosso clima implacável atual, tornou-se dolorosamente claro que não é mais possível que qualquer bem que eu tenha feito, ou ainda possa fazer, é superado por coisas que eu disse no passado. Por essas razões estou iniciando o processo de busca de compradores para os Suns e Marcury", escreveu em comunicado.

O relatório final dá conta ainda de que, além do uso de expressões racistas, o dirigente também fazia comentários sobre a aparência física e orientação sexual dos funcionários, tratando de forma agressiva e humilhante.

Para Adam Silver, comissário da NBA, o compromisso de manter os padrões adequados nos locais de trabalho da NBA precisam ser protegidos.

"As declarações e conduta descritas nas conclusões da investigação independente são preocupantes e decepcionantes. Acreditamos que o resultado é o certo, levando em consideração todos os fatos, circunstâncias e contexto trazidos à luz pela investigação", afirmou.

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