Com mais de 685 mil mortes por covid-19 no Brasil, a Saúde Pública passou a ser a grande prioridade do próximo governo na avaliação da população. De acordo com pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a área aparece à frente da Educação e da geração de empregos.
Realizado pela FSB Pesquisa com 2.030 pessoas em todos os Estados no mês passado, o levantamento mostra que 43% dos entrevistados colocaram a Saúde como primeira (27%) ou segunda (16%) prioridade do presidente eleito para os próximos quatro anos. Na sequência, a Educação foi citada por 34%.
Os temas econômicos como a geração de emprego (21%), o combate à pobreza (12%) e o controle da inflação (9%) completam a parte de cima do ranking, junto à Segurança Pública (9%). O combate à corrupção, que já dominou o debate eleitoral em anos anteriores, foi citado por apenas 4% dos entrevistados. A ampliação dos programas sociais – bandeira de todas as candidaturas neste ano – foi lembrada por apenas 2% das pessoas.
A priorização da Saúde pelos ouvidos na pesquisa está diretamente relacionada com a percepção de piora da área durante a pandemia. Para 32% dos entrevistados, a Saúde brasileira piorou nos últimos quatro anos, bem à frente do emprego e da inflação – ambos citados por 16% dos ouvidos. A Educação (15%) e a Segurança Pública (12%) foram as outras áreas cuja piora foi mais evidente para a população. Para 42%, inclusive, nenhuma área melhorou durante o atual governo.
Para 31% dos entrevistados, a prioridade para a Saúde no próximo governo deve ser a contratação de médicos e enfermeiros. Na sequência, aparecem a construção (21%) e a melhoria das condições (20%) de hospitais e postos de saúde. A qualificação dos profissionais da área foi citada ainda por 19% dos ouvidos.
Na Educação, as prioridades elencadas pelos participantes da pesquisa foram a capacitação de professores (26%), aumento do salário dos profissionais (23%), melhora das condições das escolas (17%) e a construção de mais escolas e creches (13%).
"O Brasil precisa avançar ainda mais para voltar a crescer de forma sustentada, elevar a renda média da população e colocar-se entre os países mais desenvolvidos. Melhorar a qualidade da educação formal e ampliar a oferta do ensino profissional é fundamental para que os jovens se preparem adequadamente para atender às novas exigências do mercado de trabalho e possam enfrentar os crescentes desafios da era do conhecimento", avaliou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
A pesquisa revela ainda um misto de sentimentos em relação ao futuro do País, com 45% de otimistas e 42% de pessimistas. Apenas 15% têm uma avaliação entre boa e ótima da economia brasileira, mas 59% esperam alguma melhora nos próximos anos. Para os entrevistados, gerar empregos (44%), reduzir impostos (26%), reduzir a desigualdade (26%) e combater a inflação (24%) devem ser as prioridades da agenda econômica.