Estadão

Na TV, Bolsonaro reage a superlive de Lula; petista foca no voto da esperança

A três dias do primeiro turno das eleições nacionais, candidatos à presidência da República investiram na polarização para finalizar a participação na propaganda eleitoral. Após a "superlive" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que o petista recebeu um amplo apoio da classe artística nacional e internacional, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a primeira rodada do último dia de propagandas na TV para criticar o segmento. Na peça do chefe do Executivo, se critica "o mundo de fantasia do Lula com os artistas".

Na inserção, Bolsonaro reclamou que seu adversário tem "artistas, grande mídia, mentiras e propostas absurdas". O presidente também apostou na pauta de costume ao afirmar que "o outro lado", além de ter como "grande marca a corrupção", também é conhecido pelo "descaso para com a família brasileira e para com as religiões".

O chefe do Executivo também destacou medidas como a diminuição do preço da gasolina, a criação do Pix e a criação do Auxílio Brasil como medidas positivas do seu governo. "Transformamos o nosso povo em cidadão, nós queremos continuar fazendo isso." O presidente encerrou afirmando que sua gestão é focada em "Deus, pátria, família e liberdade".

Já Lula iniciou a propaganda com a narração do influenciador Felipe Neto, que no passado foi um grande crítico dos governos petistas. De olho no eleitorado jovem, Felipe Neto pede "voto contra o ódio". O tom pacificador, presente em toda a campanha do petista, também seguiu na propaganda desta quinta-feira (29). Lula diz não ter espaço para ódio nem vingança, e aposta num discurso de esperança para retomar o "Brasil do ódio". Lula, contudo, não cita Bolsonaro diretamente.

Apesar de os dois primeiros colocados não citarem nomes nem colocarem fotos dos adversários, Simone Tebet (MDB) foi para outra direção. Em um slogan "ela sim, eles não", aparecem pessoas fazendo sinais de referência a Lula, formando um L com a mão, e de Bolsonaro, formando uma arma com os dedos. Após isso, aparece uma mulher fazendo sinal negativo com as mãos. A propaganda também mostra briga entre apoiadores de Lula e Bolsonaro.

A propaganda de Tebet ainda mostra notícias que denuncia envolvimento de Lula em casos de corrupção e desprezo de Bolsonaro na pandemia da covid-19. Em seguida, aparece a imagem dos dois candidatos em preto e branco. Com um discurso de ser contra a polarização, a emedebista também investe no eleitorado feminino e afirma que o Brasil "precisa da alma de uma mulher".

O candidato pedetista, Ciro Gomes, destinou a propaganda para o eleitorado indeciso. "Você que decidiu, mas está em dúvida, ou totalmente indeciso, ou tão revoltado que não quer votar, não anule seu voto. Anule os que querem anular seu futuro", declara. Ao se colocar contra não apenas Bolsonaro, mas ao que denomina "sistema", Ciro pede voto para "libertar" o País. O candidato também destacou o último debate com os candidatos à presidência, que será realizado nesta noite na TV Globo, pedindo a audiência da população.

A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, que abriu o último dia de propagandas na TV, criticou, sem citar diretamente, o governo Bolsonaro falando das ameaças à democracia "de um governo autoritário". A candidata também citou o risco de se cometer "os erros do passado, e os cometidos na pandemia". "O Brasil não precisa de grosserias nem de mentiras, precisa de verdade", concluiu.

Felipe d Avila (Novo) seguiu o discurso da polarização e afirmou ser uma "escolha entre bem e mal". Já Padre Kelmon (PTB) seguiu a linha conservadora de seu partido e destacou que sua candidatura é de direita e de defesa dos valores cristãos. "Único partido 100% conservador", classifica.

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