Com a melhoria do mercado de trabalho no trimestre móvel encerrado em novembro, como apontado pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta quinta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a redução na renda dos trabalhadores provocada pela pandemia de covid-19 diminuiu.
No trimestre até novembro, o rendimento médio efetivo representou 97,1% do rendimento médio habitual. A renda efetiva é quanto realmente o trabalhador recebeu no período de referência investigado na Pnad Contínua.
Já a renda habitual é quanto o trabalhador costuma receber pelo trabalho – diferenças podem ocorrer quando, por algum motivo, o trabalhador trabalha menos horas, excepcionalmente, no período de referência.
Apesar da possibilidade de haver diferenças, historicamente os dois indicadores sempre "empataram", disse Adriana Beringuy, gerente da Pnad Contínua. Com a pandemia, isso mudou. Impedidos de trabalhar ou com a jornada reduzida por causa de medidas emergenciais adotadas pelo governo, a renda efetiva passou a ficar abaixo da habitual.
No trimestre móvel até agosto, o rendimento médio efetivo ficou em 93,0%. No trimestre móvel até novembro de 2019, antes da covid-19 se espalhar pelo mundo, a proporção era de 99,9%.
Para Adriana, o aumento da proporção da renda efetiva em relação à habitual pode ser uma tendência de volta à normalidade. "Já temos aí uma tendência de equalização, mas é só uma tendência", afirmou a pesquisadora do IBGE.