Nesta sexta, 5, tem Billy Wilder no Telecine Cult – a obra-prima noir Pacto de Sangue, às 15h05. Parece difícil vincular o nome de Wilder ao neorrealismo, mas foi assim que ele surgiu, colaborando com Robert Siodmak num filme de observação sobre gente comum na Alemanha, Menschen am Sonntag. Fugindo do nazismo, chegou aos EUA, onde ganhou fama como roteirista em dupla com Charles Brackett. A partir de 1942, dividiram tarefas. Escreviam juntos, Wilder dirigia, Brackett produzia.
Antes de virar o grande diretor de comédias dos anos 1950 e 60, Wilder flertou com o filme noir. Ganhou o primeiro trio de Oscars – filme, direção e roteiro – por Farrapo Humano, de 1945. Um ano antes, se pensarmos na parceria com Brackett como um casamento artístico, Wilder cometeu adultério. Com a cumplicidade de Raymond Chandler, que assina o roteiro com ele, fez Pacto de Sangue, baseado no livro de James M. Cain.
Quem quiser saber o que é o noir é só sintonizar no horário. Fred MacMurray vende seguros e parece muito "seguro" de si, mas, na realidade, é um tolo de quem a mulher fatal Barbara Stanwyck se serve para matar o marido. A construção desses personagens é magnífica. A verdadeira mulher-aranha. Wilder, Chandler e seu elenco – Edward G. Robinson tem importante participação – fazem do filme um clássico.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>