A morte do artista paulistano Ângelo Venosa, nesta segunda-feira, 17, aos 68 anos em decorrência de esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa, era esperada. Venosa, um dos principais nomes da chamada Geração 80, já estava bastante debilitado ao ser homenageado há um ano pelo Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo com a instalação de uma escultura sua no espaço térreo do projeto Clareira do museu no Ibirapuera.
A escultura reúne elementos presentes na obra de Venosa, uma das mais originais da geração marcada pela onda neoexpressionistas que passou pelo mundo nos anos 1980. Ele foi primeiro nome a ocupar esse espaço especial do museu, que tem duas obras de grandes dimensões do artista em seu acervo – uma delas uma gigantesca peça preta que pende do teto, dos anos 1980.A peça evoca o enigmático monstro marinho criador por Piero Gherardi (1909-1971) para o filme A Doce Vida, clássico de Fellini, ou a criatura de Alien, o Oitavo Passageiro, criado pelo suíço Hans Ruedi Giger.
Porém, ao contrário dos europeus, Venosa tinha uma relação estreita com o Brasil e as formas orgânicas das suas últimas esculturas retomam algo deixado para trás nos anos 1980, associada a uma morfologia pré-histórica, como a da gigantesca Baleia (esse não é o nome original), de 1988, hoje instalada em Copacabana, após ser transferida da Praça Mauá, no Rio.