Estadão

Tenham paciência: Lula se esquiva sobre indicação para a Economia; entenda

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua se esquivando dos questionamentos sobre quem indicará, se eleito, para comandar o Ministério da Economia. A indefinição do petista passou a ser explorada nos últimos dias com mais força pela campanha do seu adversário no segundo turno, o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

O chefe do Executivo lembra que o seu indicado para a Economia já era conhecido antes mesmo do primeiro turno em 2018. Recentemente, Bolsonaro publicou uma foto ao lado de Paulo Guedes e escreveu: "Antes de vencermos as eleições, o povo já conhecia parte daqueles que iriam compor o meu governo. Sabiam qual seria o perfil dos meus ministros e que todos seriam escolhidos com independência".

O presidente também aproveitou o debate da TV Bandeirantes, no último domingo, 16, para levantar o assunto. "Quem vai ser seu ministro da Economia, Lula? Já decidiu? Ou está barganhando ainda com algum partido político?", provocou.

O candidato petista tem afirmado que só deve anunciar um nome para a pasta após o segundo turno. Lula alega que, se indicar um nome antes do dia da votação, pode acabar perdendo apoios.

"A imprensa me pressiona, cadê o ministro do Lula, cadê o ministro da Economia? Isso é desde (19)89. Se eu fosse bobo e indicasse um ministro antes de ganhar as eleições, eu perderia outros 30 que eu não indiquei. Então, tenham paciência", afirmou Lula no dia 10 de outubro.

Questionado novamente sobre esse tema, o ex-presidente afirmou que "primeiro tem de vencer" Bolsonaro. "Quando eu ganhar as eleições, eu vou montar o governo. E vou montar o governo não apenas com meu partido ou com meus aliados, tem gente de fora que vai participar", afirmou.

Ao longo da campanha, Lula tem recebido o apoio de nomes como Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, e os economistas Pedro Malan, Edmar Bacha e Pérsio Arida.

Todos passaram a ser especulados como possíveis integrantes de um eventual novo mandato de Lula, assim como Aloizio Mercadante, coordenador da campanha e do programa de governo petista.

Fernando Haddad, candidato do PT ao governo de São Paulo, também já foi questionado se aceitaria o cargo caso seja derrotado na eleição paulista. "Não estou de maneira nenhuma pensando nisso. Isso só atrapalha", disse o ex-prefeito da capital.

Também já foi levantada a possibilidade de Geraldo Alckmin (PSB) dividir a vice-presidência com o comando da Economia. O ex-governador de São Paulo negou. "Eu já fui vice-governador do Mário Covas (PSDB) em São Paulo. Vice é ser copiloto, a tarefa é ajudar, colaborar", disse em setembro, durante coletiva de imprensa em Belo Horizonte.

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