O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira, 26, que não há "nenhum Plano Guedes" e que a proposta para um possível novo governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é continuar o "plano que todo mundo conhece". "O que estamos fazendo é o que vamos continuar fazendo. Se demos aumentos para salário mínimo e para aposentadorias, pensões e benefícios durante a tragédia e a guerra, o que vamos fazer agora que a pandemia foi embora? Vamos dar aumento acima da inflação", disse em evento da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), realizado em Belo Horizonte.
Guedes também afirmou que as alegações de que um novo governo não aumentaria o salário mínimo ou aumentaria o imposto sobre a classe média são fake news. E declarou que pretende alterar a faixa de isenção do Imposto de Renda. "Nós vamos subir a taxa de isenção para os mais vulneráveis justamente não pagarem."
Ao citar a participação de Tiradentes na Inconfidência Mineira, Guedes disse: "Nós representamos essa filosofia de liberdade, de impostos mais baixos, de liberdade de religião, de liberdade de imprensa, religiosa."
O ministro da Economia afirmou que acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não irá crescer em 2023 somente se o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder na maioria das pesquisas de intenção de voto, ganhar a eleição presidencial. "Se nós ganharmos, serão dez anos de crescimento de 3,0%, 3,5%, 4,0%", disse.
<b> Rolagem da desgraça </b>
Para Guedes, desde o início do governo Bolsonaro há uma "rolagem da desgraça". No primeiro ano, segundo o ministro, a "desgraça" era atrelada à hipótese de não governabilidade e de o governo ser uma ameaça à democracia. No segundo, passou a ser uma previsão do PIB cair menos. "Agora a rolagem foi para o ano que vem."
No evento da Fiemg, Guedes afirmou que "em toda arca de Noé tem um pica-pau" e que hoje "está cheio de sabotador a bordo também."
O ministro voltou a dizer que o País cresceu em "V" após a pandemia e disse que os pica-paus erraram de novo. "Caímos menos que outros países e voltamos mais rápido, em V. Diziam que iríamos ficar em depressão", afirmou. "Esse ano previam que o PIB iria cair 1,5%, depois ficar em zero, depois subir 1,0%, 2,0% e agora estão em 2,7%. Eu avisei que vão ficar fazendo revisão para cima até o final do ano."
Guedes declarou ainda que o País está crescendo mais do que os países pertencentes ao G7, e que entre os países do G20 somente três estão com a inflação mais baixa que o Brasil, são eles, segundo o ministro, Japão, China e Arábia Saudita. A autoridade também afirmou que o País virou uma máquina na geração de empregos e citou que a taxa de desemprego, que está em 8,9%, vai rumo a 8,0%.
<b>Pandemia</b>
O ministro da Economia declarou que o governo teve coragem política de fazer "em tempos de guerra o que ninguém tem coragem de fazer em tempos de paz", ao se referir ao período de pandemia. "Que é dizer, vocês funcionalismo público estão com salários bem acima do setor privado, estão em home office, tem estabilidade de emprego, vamos sacrificar um pouquinho pela população para a gente superar essa guerra", afirmou.
Guedes disse ainda que o Brasil foi a única economia do mundo que "pagou pela guerra em tempo real". "Nós podemos bater no peito com orgulho e falar assim: Nós pagamos essa guerra. A dívida/PIB era 77% quando chegamos e hoje é 77%. Tudo pago. Não jogamos nada para nossos filhos e netos no futuro."
<b>Estatais</b>
O ministro da Economia voltou a afirmar que as empresas estatais brasileiras que, segundo ele, nas gestões petistas, davam prejuízos de R$ 20 bilhões por ano, agora dão lucro de R$ 180 bilhões por ano.
Ele tocou nesse assunto ao contar que, quando desembarcou no Aeroporto Tancredo Neves, na capital mineira, teria sido abordado por uma pessoa que gritava "tira as mãos do meu salário". Sua resposta a um manifestante foi a de que "o ladrão está chegando, vocês precisam olhar para o outro lado", numa alusão ao candidato petista à Presidência da República.
"É evidente que eu acho que quem vai ganhar a eleição somos nós. Eu estava só alertando a ele pra que lado ele tem que olhar. Se ele pensa em proteger o bolso, tinha um prejuízo de R$ 20 bilhões por ano nas empresas estatais, hoje elas estão dando um lucro de R$ 180 bilhões por ano", reiterou. "Nós não só arrumamos as contas, como enfrentamos a pandemia, vacinamos todo mundo. Antes as pessoas pediam para tirar uma foto e me pedia para rir. Rir de que? Hoje, não, dá para rir, dá para brincar", disse.