Esportes

Competição reúne 200 atletas no CEU Pimentas

Créditos: Daiana de Oliveira

Com o lema “Jogue o Futebol Autêntico”, o Instituto JB12 realizou na tarde do último sábado (12), no Centro de Educação Unificado (CEU) Pimentas, localizado no bairro do Pimentas, em Guarulhos, um evento que marcou a abertura de sua Copa interna.

Segundo a organização, a ação coincide e dialoga com o período da Copa do Mundo que terá início no próximo dia 20, no Catar. Acompanhadas de alguns pais e responsáveis, cerca de 200 crianças e adolescentes participaram da ação, sendo para a maioria delas o primeiro contato com um complexo de CEU.

Recheado de atrações, o evento começou com as apresentações da Poeta Vick Vi, do Slam do Prego (coletivo de poesia falada) e do Grupo de Ginástica Acrobática Gigga, coordenado pelo Professor Pedro Cabral. Na sequência, as crianças desfilaram na quadra representando os países e as 27 seleções escolhidas para a realização da Copa JB12. Subdivididas em equipes, carregavam cartazes artisticamente produzidos por elas contendo imagens das bandeiras dos países e curiosidades relacionadas à cultura local, como informações vinculadas ao futebol e aos direitos humanos, abordando questões sobre democracia e a luta antirracista no esporte. Tudo acontecia ao som da artista e DJ Jazz, cujas músicas do repertório substituíam os tradicionais hinos nacionais por músicas periféricas de cada país à medida em que as seleções entravam em quadra.

Mais tarde, entraram Kauane Nascimento, atleta de futsal, de 21 anos, destaque na Liga Nacional de Futsal Feminino pela equipe do Américo Brasiliense e Giovanni Fonseca, 17 anos, ala direita na equipe de futsal sub-17 do Palmeiras, ambos convidados do Instituto JB12. Parabenizaram as crianças e com elas participaram de um jogo exibição do “Futebol Autêntico”, método construído pelo Instituto JB12 que reconfigura o modo habitual de jogar futebol. Com equipes mistas e paridade de gênero (mesmo número de meninos e meninas), o jogo propunha uma série de modificações com a finalidade, entre outras coisas, de garantir o direito à participação e favorecer a igualdade de oportunidades a todos/as. Entre elas, destacam-se: permanência igualitária no tempo de jogo (sem titularidade); alternância na posição do goleiro; validação do gol somente após a bola passar por todos/as, zerando a contagem com a perda da posse de bola; alternância no chute para o gol, entre outras.

Outro diferencial do “Futebol autêntico” é a ressignificação na gramática e no modelo estrutural do jogo, como a substituição do discurso “jogar contra” para o “jogar com”, a ausência da figura do treinador (sendo as próprias crianças responsáveis pela gestão de suas equipes), a indivisão do banco de reservas (as duas equipes ficaram em banco único), a substituição do árbitro pela mediação (abordagem que valoriza a escuta e o consenso das crianças), entre outras coisas. Todos esses novos critérios foram construídos, aprimorados e validados coletivamente com as crianças ao longo de dois anos.

Para Jonathan Borges, Coordenador Geral do Instituto, “Só é possível colaborar com a inclusão e a democratização do jogo construindo um que possa transformar aquilo que está normativamente constituído. Nesse sentido, o nosso jogo propõe a substituição da reprodução do padrão pela construção de um esporte que possa efetivamente atender o interesse de todas as crianças”.

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