O Prêmio Jabuti de 2022 acontece nesta quinta-feira, 24. A premiação reconhece livros que são destaque na literatura brasileira. Ao longo dos últimos anos, foram vencedores nomes conhecidos do mundo da literatura e do grande público, como Luis Fernando Veríssimo, Ferreira Gullar e Chico Buarque, e também escritores com menos popularidade, mas trabalhos de alta qualidade.
Relembre abaixo os 10 livros de ficção premiados mais recentemente no Prêmio Jabuti:
<b>2021 – Sagatrissuinorana – Reconto (à Moda Roseana)</b>
João Luiz Guimarães; Nelson Cruz. Ozé Editora.
Na obra, a clássica fábula Os Três Porquinhos, que habita a infância de gerações de crianças, leitoras ou não, deixa tempo e local incertos e aporta numa Minas Gerais do século 21. Com o deslocamento temporal e espacial vem a marcante referência às tragédias com as barragens de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019.
<b>2020 – Solo para Vialejo</b>
Cida Pedrosa. Cepe Editora
Wellington Melo, editor da obra, definiu o livro como "um épico lírico": "Dentro de uma certa tradição de reinaugurar o épico, a Cida o faz de uma forma muito feliz. Não se pode recuperar exatamente o ethos do clássico grego, mas pensando, é um poema com um movimento duplo: o de buscar a identidade de um povo, o brasileiro, mas ao mesmo o de buscar a própria identidade. Também nisso se cria uma dicotomia entre o lírico e o épico."
<b>2018 – À Cidade</b>
Mailson Furtado Viana. Obra independente.
"É uma obra que narra sobre o meu lugar. Uma cidade (Varjota) que nasceu há menos de 50 anos e nunca entrou em nenhum registro bibliográfico", explicou o autor no dia que recebeu o prêmio Jabuti. O livro apresenta uma cidade do sertão em forma de poema usando elementos geográficos, históricos e sociológicos.
<b>2017 – Machado</b>
Silviano Santiago. Companhia das Letras.
Romance baseado na vida do autor Machado de Assis. No livro, a vida imita a arte literária, um exercício maior de imaginação. Santiago fala em "simbiose entre corpo e linguagem" para explicar a invenção de "personagens autênticos, verossímeis" como aqueles criados por Flaubert ou Machado.
<b>2016 – A Resistência</b>
Julián Fuks. Companhia das Letras.
O livro mergulha no passado político e emocional de uma família Argentina durante a ditadura e seu exílio.
<b>2015 – Quarenta Dias</b>
Maria Valéria Rezende. Editora Objetiva
A protagonista, Alice, é uma professora aposentada, viúva de um desaparecido político, que se vê obrigada a abrir mão de sua vida em João Pessoa e se mudar para Porto Alegre para ajudar a filha – que, só assim, poderia realizar o sonho de ser mãe sem prejudicar sua carreira. Na opinião da mulher, sua mãe não tinha mais nada a perder.
<b>2014 – Breve História de um Pequeno Amor</b>
Marina Colasanti. Ftd Educação
O livro começa com uma infiltração no escritório de uma escritora, que é quem narra a história, em primeira pessoa. Para resolvê-la, ela contrata um profissional que sugere a retirada das telhas para fazer a impermeabilização. Quando parte das telhas é retirada, surge um ninho; do ninho, uma pomba; e, embaixo da pomba, dois filhotes.Logo surge o primeiro desafio: como alimentá-los? Com papa de fuba dada na ponta de um palito de fósforo, ela descobre. Transposto o obstáculo, o mais frágil morre, e a escritora passa a se dedicar ao mais forte. Seu marido ajuda na escolha do nome: Tom.
<b>2013 – Diálogos Impossíveis</b>
Luis Fernando Veríssimo. Editora Objetiva.
O título é, na verdade, contradição, pois Verissimo exerce sua verve impagável para criar situações inusitadas que, graças ao bom humor, se tornam plenamente factíveis. Afinal, quem pode garantir que Robespierre, na hora H, não tentou subornar seu carrasco? Ou ainda que D. Juan, amante inveterado, não tenha seduzido a própria morte?
É pelo humor que o escritor exerce também um trabalho sociológico, pois, com um olhar atento, reproduz a conversa cotidiana de um casal que se desentende na hora de dormir. Também conta como Juvenal planeja matar a mulher, Marinei, que o despreza.
O que norteia a compilação (formada por textos publicados no Estado, O Globo e Zero Hora) é um olhar muito explorado por Verissimo, aquele em que revela sua perplexidade diante da realidade. Se o título é irônico e permite mais de uma interpretação, o conteúdo propõe questões sobre temas fundamentais, sempre sob o humor peculiar de Verissimo.
<b>2012 – A Mocinha do Mercado Central</b>
Stella Maris Rezende. Globo Livros.
O livro se situa entre o romance em que a protagonista se desenvolve e diversos contos ambientados nas cidades em que ela passa, focando descobertas e transformações.
<b>2011 – Em Alguma Parte Alguma</b>
Ferreira Gullar. José Olympio Editora.
Depois de 11 anos sem publicar uma obra de poesia à época, o escritor continuou sua reflexão poética sobre a existência.