O Ministério Público do Rio prendeu manhã desta quinta-feira, 1º, cinco policiais civis lotados na Delegacia de Atendimento à Mulher sob suspeita de cobrar propina de casas de prostituição e de jogos de azar. Foram denunciados à Justiça: Marcelo Flora Lemos, o "Marcelão"; Alcino Luiz Costa Pereira; Alair do Rosário Ribeiro dos Santos Junior, o "Bambam"; Pietro Conti Rodrigues; e Bruno Montes da Silva, "Brunão".
Na casa de Alcino Luiz Costa Pereira, em Nova Iguaçu, os agentes apreenderam um carro oficial da 61ª Delegacia de Polícia em Caxias, que era usada pelo policial.
As prisões foram efetuadas no bojo da 2ª fase da Operação Fim da Linha, que ainda cumpriu sete ordens de busca e apreensão contra integrantes da organização criminosa sob suspeita. A ofensiva foi aberta por ordem da 1ª Vara Especializada em Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
Segundo a Promotoria, os alvos da operação "se uniram para realizar, de forma permanente e estruturada, a cobrança de vantagens indevidas de proprietários de estabelecimentos de exploração de jogos de azar e casas de prostituição para permitir o funcionamento de tais estabelecimentos". Os crimes teriam ocorrido a partir de 2020.
A investigação que culminou na prisão dos policiais é um desdobramento do inquérito que mirou em contraventores que exploram jogos de azar. Tal apuração, por sua vez, foi aberta após denúncia sobre bingo clandestino que funcionaria em Copacabana, na zona sul da capital, com a permissão de policiais militares e civis.
Ao longo do inquérito, a Promotoria identificou três grupos criminosos ligados também à "corrupção de policiais militares e civis e uso da violência para a conquista de território". Tais investigados foram alvo da primeira fase ostensiva da investigação, deflagrada na terça-feira, 29.
Além de tais grupos criminosos, a Promotoria observou a atuação da quadrilha alvo das diligências nesta quinta-feira, que se estruturou "solidamente para viabilizar o esquema reiterado e sistêmico de corrupção".
<b>Defesas</b>
A reportagem busca contato com os policiais investigados. O espaço está aberto para manifestações.