Bolsas de NY fecham em forte baixa, com lucros pesando em gigantes da tecnologia

As bolsas de Nova York registraram baixas consideráveis, em um movimento de realização de lucros que se aprofundou na tarde desta quinta-feira, 3. Dados modestos, dúvidas sobre os impactos da pandemia na atividade e algumas notícias do setor corporativo ampararam o movimento, que levou o Dow Jones e o S&P 500 a registrarem sua maior queda porcentual diária desde 11 de junho.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 2,78%, em 28.292,73 pontos, o S&P 500 caiu 3,51%, a 3.455,06 pontos, e o Nasdaq recuou 4,96%, para 11.458,10 pontos.

As bolsas de Nova York abriram sem sinal único, um dia após o S&P 500 e o Nasdaq terem registrado máxima histórica de fechamento. Tensões entre EUA e China estiveram no radar, após Pequim ter dito que dará "resposta legítima" a restrições impostas pelos americanos a diplomatas chineses. Os índices acionários ainda chegaram a ganhar algum fôlego após o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA superar a previsão dos analistas, em 55 na leitura final de agosto, mas logo pioraram com o índice ISM de serviços dos EUA, que veio pior do que o esperado.

À tarde, o movimento de perdas se aprofundou, puxado pelas chamadas giant techs, empresas dos setores de tecnologia e serviços de comunicação que têm liderado ganhos nos últimos meses. Alphabet caiu 5,12%, após The New York Times informar que o Departamento de Justiça dos EUA deve apresentar acusações antitruste contra o Google nas próximas semanas. Apple fechou em baixa de 8,01%, Facebook cedeu 3,76%, Amazon perdeu 4,63% e IBM, 2,91%;

Outros setores tampouco se saíram bem, com Boeing em baixa de 3,44% e Caterpillar, de 1,68%. Entre os bancos, Goldman Sachs recuou 1,18% e Citigroup, 0,87%.

A Capital Economics discute, em relatório hoje, se poderia haver uma bolha nas ações de tecnologia. A consultoria aponta que o movimento dessas ações nos últimos meses é em parte motivado por seus resultados nos balanços, bem como por serem de companhias que conseguem evitar o contato cara a cara com os consumidores para seus negócios em grande parte do tempo. A Capital Economics afirma que as valorizações das principais empresas do setor foram maiores do que aquelas do restante do mercado, mas não acredita em uma grande correção como a de um estouro de uma bolha, vendo como cenário mais provável que essas ações avancem menos do que o restante do mercado, conforme ocorram progressos para conter a pandemia e a reabertura econômica continue.

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