O dólar opera em baixa na manhã desta terça-feira, 6, após subir nas últimas duas sessões puxado pelo exterior, após indicadores americanos acima do esperado – como payroll e PMI do ISM – sugerirem uma postura mais "hawkish" do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no ciclo de aperto de juros em 2023, embora a aposta majoritária seja de desaceleração do ritmo de alta na reunião do BC americano na próxima semana, para 50 pontos-base.
Os investidores ajustam posições nesta terça-feira acompanhando a desvalorização externa da divisa americana e no aguardo da possível votação da PEC da Transição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado (9h30). Hoje também é o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Os mercados avaliam os sinais de que o valor da PEC da Transição pode ficar em R$ 198 bilhões extrateto por prazo reduzido para dois anos, ante quatro na proposta do governo eleito. O valor ainda deve ser formalizado.
A expectativa é de que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consiga sua primeira vitória política com a provável votação da PEC na CCJ do Senado. O governo aceitou colocar em dois anos o período para a exclusão do Bolsa Família do cálculo do teto de gastos e tenta garantir o máximo valor possível para esse extrateto (entre R$ 150 bilhões e R$ 175 bilhões). O acordo foi costurado com o aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), que se aproximaram politicamente de Lula.
Às 9h50 desta terça, o dólar à vista caía 0,99%, aos R$ 5,2305. O índice DXY do dólar ante seis moedas rivais caía 0,29%, aos 104,991 pontos. A moeda americana perdia 0,33% ante peso mexicano, e -1,01% ante peso chileno.