Estadão

Dólar sobe com exterior e de olho em PEC na Câmara e ministérios

Após firmes quedas na quarta-feira, 7, o dólar ajusta-se em alta nos primeiros negócios desta quinta-feira, 8, acompanhando valorização externa da moeda americana e dos juros dos Treasuries à medida em que os investidores ponderam preocupações quanto ao aperto monetário nos EUA e Europa na próxima semana e possível recessão da economia global. Além disso, após a aprovação pelo Senado em dois turnos da PEC da Transição, com valor de R$ 168 bilhões, por dois anos, e da decisão unânime do Copom de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, como previsto, os ativos locais refletem dúvidas sobre a tramitação e a votação da PEC agora na Câmara.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse que a PEC poderá ser votada na próxima quarta-feira. No entanto, não é descartado atraso porque os deputados dizem que devem esperar a definição do julgamento do orçamento secreto pelo STF, que deverá ser retomado também na quarta-feira que vem. Esse provável empecilho ao andamento da PEC na Câmara pode atrasar ainda mais a divulgação pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dos nomes que irão ocupar os ministérios, que estava prevista para logo após a diplomação de Lula pelo TSE, na próxima segunda-feira, dia 12.

Em relação ao Copom, o comunicado citou entre os fatores altistas no balanço de riscos para a inflação "a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do País e estímulos fiscais adicionais". Além de alerta fiscal, o BC prega serenidade e diz que ação depende de ativos e da pesquisa Focus. Para economistas do mercado, em geral, o Banco Central tende a adiar eventual início de corte de juros para entre o fim do segundo trimestre e o segundo semestre de 2023, com a Selic possivelmente entre 10,25% e 12% no fim do próximo ano.

No exterior, o dólar sobe moderadamente ante pares principais nesta manhã e predomina alta também frente às divisas emergentes e ligadas a commodities, como peso mexicano. No radar estão as decisões de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE) na próxima semana e os sinais à frente. O CME Group apontava nesta manhã 79,4% de chance de uma alta de 50 pontos-base dos juros dos EUA na semana que vem.

No mercado local, os investidores avaliam os dados de varejo restrito e ampliado, enquanto aguardam leilões do Tesouro de títulos do Tesouro (11h) e do Banco Central, de linha cambial do Banco Central de até US$ 3 bilhões (10h25) e de rolagem de swap cambial (11h30).

As vendas do comércio varejista subiram 0,4% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, as vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,0% e, em 12 meses, alta de 0,1%, ante recuo de 0,7% até setembro, ficando dentro da mediana projetada por agentes do mercado. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 0,5% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, também dentro da mediana do mercado.

Às 9h34 desta quinta-feira, o dólar à vista subia 0,58%, aos R$ 5,2361. O dólar para janeiro de 2023 avançava aos R$ 5,2615 (+0,56%).

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