Estadão

Abramat corta projeção de venda de materiais e passa a prever recuo de 6%

As vendas da indústria de materiais de construção caminham para fechar o ano com um resultado bem abaixo do esperado pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) devido ao peso da inflação e do endividamento alto das famílias.

Após uma série de quedas nas vendas ao longo do ano, a associação revisou para baixo as projeções para as vendas totais de 2022, que agora são de retração de 6,0%. O dado já é deflacionado.

A expectativa traçada no início do ano por Abramat e FGV era de alta de 1% nas vendas de 2022. Mas com os resultados ruins, essa expectativa já havia sido revisada, em outubro, para uma baixa de 2,2%.

A mais recente pesquisa das duas instituições mostrou que as vendas da indústria de materiais no mês de novembro tiveram queda de 5,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, e recuo de 0,3% na comparação com outubro deste mesmo ano. As vendas acumulam baixa de 6,8% de janeiro a novembro de 2022 em relação aos mesmos meses de 2021.

O presidente da Abramat, Rodrigo Navarro, disse que vários fatores que contribuíram para a revisão para baixo das estimativas. Um dos pontos que merece ser destacado, segundo ele, foi o endividamento elevado das famílias e a inflação. "Há um contexto de orçamento doméstico mais disputado com gastos com alimentação, o que tem deprimido a demanda por materiais", explicou.

Outro fator são as indefinições a respeito das políticas fiscais e econômicas a serem desenvolvidas pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, acrescentou. "De todo modo, as projeções da FGV indicam um 2023 positivo, com muito trabalho junto aos novos governos e do Congresso", emendou Navarro, em nota.

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