A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de uma elevação de 0,67% em outubro para uma alta de 0,13% em novembro. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,18% em outubro para um aumento de 1,00% em novembro.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 8,10% em outubro para 7,95% em novembro. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de -2,78% em outubro para -4,02% em novembro.
Segundo Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, a desaceleração nos preços dos serviços em novembro foi puxada pela queda nos preços das passagens aéreas e pela alta mais branda na alimentação fora de casa.
A taxa acumulada em 12 meses perde fôlego desde julho, mas ainda é "muito cedo" para falar em enfraquecimento da demanda. A satisfação de uma demanda reprimida por serviços, em função do período de isolamento social na pandemia, tem contribuído para os aumentos de preços dos serviços nos últimos meses, assim como a melhora no mercado de trabalho, com aumento no número de empregados e início do crescimento real da renda.
"Oscila mês a mês", disse Kislanov, sobre a variação mensal. "Há demanda por esses serviços no mercado", afirmou.
Em novembro, os itens de maior pressão no IPCA foram gasolina (0,14 ponto porcentual de impacto), etanol (0,05 p.p.), cebola (0,05 p.p.), plano de saúde (0,04 p.p.) e emplacamento e licença (0,04 p.p.).
Na direção oposta, os itens que mais ajudaram a frear a inflação foram passagem aérea (-0,07 p.p.), leite longa vida (-0,06 p.p.), higiene pessoal (-0,04 p.p.), aparelho telefônico (-0,02 p.p.) e TV e informática (-0,02 p.p.).