O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) foi à Rússia para entregar uma carta em nome do presidente da República, Jair Bolsonaro, pedindo a soltura do brasileiro Robson Oliveira, preso naquele país há mais de 580 dias. O parlamentar chegou nesta terça-feira e deve ficar até o dia 31. Nesta quarta, ele se encontrou com o vice-ministro Sergey Ryabkov e entregou a carta a pedido de Bolsonaro.
Bolsonaro já afirmou que o caso é "complexo, mas não impossível de ser solucionado" e que o Brasil atuaria para buscar o "perdão local" de Robson. Trad, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, disse que é necessária uma "cautela diplomática" para lidar com o assunto, mas se mostrou confiante em um desfecho positivo.
"Dentro de mim existe algo muito forte pedindo por justiça a esse brasileiro, que já está há quase dois anos preso em um lugar desconhecido. Robson não fala russo, não fala inglês, francês e está totalmente isolado. Jamais passou pela cabeça dele que isso poderia acontecer. Toda hora lembro do assunto. Imagino o sofrimento dele", afirmou o senador.
No início do ano passado, Robson Oliveira foi preso por portar remédio de uso não liberado na Rússia, mas permitido no Brasil. O motorista levava o medicamento Mytedom 10mg (cloridrato de metadona) para a utilização pelo sogro do meio-campista Fernando, que à época atuava no Spartak Moscou e hoje joga no Beijing Guoan, da China. Robson era motorista do atleta e está detido na Rússia desde fevereiro de 2019.
No começo do mês, personalidades do esporte fizeram nas redes sociais campanha com hashtag #JustiçaPorRobson pedindo a liberdade do brasileiro na Rússia. Também via redes sociais, Fernando pediu a ajuda do presidente Bolsonaro e rebateu críticas de que não tem contribuído para ajudar o ex-funcionário.
"É mentira quando dizem que não estou fazendo nada para ajudá-lo", disse em publicação no Instagram. O atleta afirmou que está bancando os advogados de Robson na Rússia e no Brasil e assegurou que se uniu ao mutirão nas redes sociais que pediu justiça para o seu antigo motorista.
"Eu também sou parte do Justiça pelo Robson. Eu também quero que ele saia de lá o mais rápido possível. Vamos canalizar nossas energias para fazer essa questão ser tratada pelo congresso, o que é a única coisa que realmente pode ajudar a questão a evoluir de forma positiva", escreveu Fernando, na ocasião.