Se a Prefeitura de Guarulhos não complementasse a diferença entre o valor pago pelo passageiro e o custo do transporte público para as empresas, o chamado “subsídio”, a tarifa dos ônibus municipais seria de R$ 7,85 a partir de janeiro de 2023. O valor, quase R$ 3,00 maior que as passagens cobradas atualmente, faz parte da planilha de custos apresentada nesta segunda-feira pela Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade Urbana (STMU) ao Conselho Municipal de Transportes.
A Prefeitura ainda não se manifestou se haverá reajustes neste final de ano nem de quanto seria a majoração nos preços. Mas garante que seguirá pagando subsídios, ou seja, os passageiros não pagarão o valor total do custo.
Atualmente, o valor da tarifa para quem utiliza o cartão cidadão é de R$ 4,90 para os ônibus municipais pelo período de duas horas, no sistema de Bilhete Único. Para quem usa dinheiro, a passagem sai por R$ 5,00, enquanto o Vale-Transporte, bancado pelas empresas para seus funcionários, custa R$ 5,50. A passagem em Guarulhos para os usuários do cartão cidadão é uma das mais baratas entre os municípios da região metropolitana de São Paulo.
O sistema municipal de transportes, com os reajustes nos insumos e variação da inflação, terá um custo total estimado ao final de 2023 de R$ 521.101.366,00, segundo os estudos apresentados levando em consideração inclusive o dissídio coletivo dos trabalhadores do transporte, concedido em maio. No entanto, a arrecadação com tarifas fica muito abaixo deste valor, fazendo com que a Prefeitura complemente os custos com o pagamento de subsídios às empresas.
Neste ano de 2022, com as tarifas nos atuais valores, os subsídios pagos pela Prefeitura de Guarulhos para manter o sistema de transportes devem chegar a cerca de R$ 90 milhões. Caso não ocorra qualquer reajuste em janeiro, a diferença entre os valores arrecadados com as passagens e o custo do transporte deve passar dos R$ 170 milhões.