O dólar passou a cair, após alta na abertura. Há ingresso de fluxo comercial e leve desmonte de posições defensivas em função da possível desidratação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na Câmara dos Deputados, segundo o diretor da corretora Correparti, Jefferson Rugik.
A alta inicial acompanhou o sinal da moeda norte-americana no exterior em meio à cautela com perspectivas de altas de juros em 2023 nos Estado Unidos e após o Banco da Inglaterra elevar taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 3,50% ao ano, na mesma intensidade do ritmo adotado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
As bolsas europeias intensificaram levemente as quedas bem como a libra acelerou perdas ante o dólar e o euro segue pressionado. As atenções agora estão voltadas para o anúncio monetário do Banco Central Europeu (10h15) e a entrevista da presidente da instituição, Christine Lagarde (10h45).
Os juros futuros ajustam-se levando em conta a queda dos retornos dos Treasuries, porém, olhando também o IGP-10 e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), no aguardo da entrevista do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.
A MAG Investimentos diz que o RTI chama atenção para o impacto da piora da percepção de risco fiscal na curva de juros. Ainda, há expectativa pelo último leilão de títulos prefixados do Tesouro (11 horas), que deve movimentar os negócios mais tarde.
Os investidores avaliam também a chance de desidratação da PEC da Transição na votação na Câmara, incerta ainda se ocorrerá hoje ou só na próxima semana, segundo analistas.
Na Câmara, deputados estudam uma série de emendas supressivas – mudanças ao texto base – para serem apresentadas no plenário durante a votação da proposta, na tentativa de reduzir prazo e valor de ampliação do teto de gastos, proposto pelo governo eleito em R$ 145 bilhões. Os líderes ainda estão buscando de votos para a proposta ir à votação, ainda hoje ou na próxima semana, e na retomada do julgamento do STF sobre o orçamento secreto.
Às 9h46, o dólar à vista caía 0,22%, a R$ 5,2895, ante máxima após abertura em alta a R$ 5,3260. O dólar para janeiro de 2023 volta a rondar a estabilidade, com viés de alta de 0,02%, a R$ 5,3105, após cair até R$ 5,3060.