O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 15, que o BC não tem como trabalhar com um projeto de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição que ainda não foi aprovado, mas ressaltou que é preciso pensar nos impactos da proposta sobre a dívida.
"Trabalhamos com gasto acima do teto de R$ 130 bilhões em 2023, mas temos que ver o que será aprovado", limitou-se a comentar Campos Neto.
O presidente do Banco Central disse também que a incerteza fiscal no Brasil levou o mercado a retirar as expectativas de corte de juros e inclusive passar a prever altas de juros no cenário futuro. "O mercado reagiu ao fiscal removendo quedas de juros na curva e inserindo altas", destacou.
E completou: "Dizíamos que estávamos confortáveis com uma expectativa mercado na curva do Focus de corte de juros em junho, mas aconteceu muita coisa desde então. Houve volatilidade recente de juros no Brasil e no mundo e, mais recentemente, houve uma sensibilidade de fiscal que no Brasil foi mais acentuada."
Campos Neto ressaltou que o BC segue vigilante, observando esse comportamento do mercado. "Para BC, importa impacto em expectativas, precisamos observar", acrescentou.