Estadão

Sopranista Bruno de Sá faz recital no Teatro São Pedro

O sopranista brasileiro Bruno de Sá faz nesta sexta-feira, 16, um recital no Teatro São Pedro, acompanhado de um conjunto liderado pelo violinista Juliano Buosi. Ele vai apresentar um repertório baseado em seu primeiro disco solo, <i>Roma Travestita</i>, que acaba de ser lançado pelo selo Warner Classics.
Sopranista: o termo se refere a um tipo de voz específico. "É como se fosse a voz de uma mulher no corpo de um homem", ele explica, lembrando de uma jornalista francesa que se referiu a ele dessa forma em uma reportagem publicada no <i>Le Monde</i>. "Eu nunca havia pensado assim, mas é uma forma simples e eficaz de colocar."

Bruno de Sá nasceu em Santo André. Formou-se educador musical em São Carlos e logo seguiu para o canto, estudando na USP com Francisco de Campos e sendo orientado no repertório barroco pelo cravista Nicolau de Figueiredo. Integrou a Academia do Teatro São Pedro, a Academia Canto em Trancoso, apresentou-se no Teatro Amazonas. E, em 2018, mudou-se para a Europa.

Hoje, aos 33 anos, Bruno vive em Berlim. O crescimento na carreira tem sido vertiginoso. <i>Roma Travestita</i> foi gravado com o conjunto Il Pomo dOro, um dos mais importantes do mundo. E é o primeiro de um contrato de três anos para o selo Warner.

"Os últimos três anos trouxeram uma mistura de sensações", conta. "Há uma euforia pelas conquistas, afinal foi para isso que renunciei a tanta coisa na minha vida. Mas há também um senso enorme de responsabilidade. Em especial na hora de voltar a cantar no Brasil, em um palco que foi tão importante para mim. Posso olhar para trás e lembrar de onde vim. Só se passaram três anos, mas parece que foram séculos."

<b>REPERTÓRIO</b>

<i>Roma Travestita</i> recupera obras de um período em que as mulheres foram proibidas de subir aos palcos em Roma, e os papéis femininos passaram a ser interpretados por cantores do sexo masculino. "É um repertório repleto de contrastes, escuro, claro, forte, fraco, e que lida com sentimentos como amor, ódio, enfim, aquilo que até hoje sentimos", diz o cantor. Em sua passagem pelo Brasil, Bruno de Sá também canta no Rio no dia 22, na Academia Brasileira de Letras. O concerto abre a programação do Festival Interativo de Música e Arquitetura e o canto será acompanhado pela pianista Priscila Bomfim.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

Posso ajudar?