Líderes chineses seniores endossaram nesta sexta-feira, 16, uma abordagem mais "pró-negócios", afirmando que a China deve "encorajar e apoiar o desenvolvimento e o crescimento da economia privada e das empresas privadas". Tomada durante reunião em Pequim para a Conferência Central de Trabalho Econômico do Partido Comunista, a decisão descarta medidas rígidas da política "zero-covid" após quase três anos e inclui medidas pragmáticas destinadas a reativar o crescimento econômico, substituindo a ideologia política incentivada pelo presidente Xi Jinping pelo antigo foco na economia.
Em meio a conversas de Pequim sobre um novo apoio ao setor imobiliário e a construção da confiança dos empresários, He Lifeng, membro do Politburo, que deve assumir um papel de liderança na política econômica e financeira, traçou recentemente um plano para a China superar o crescimento de 5% no próximo ano, índice maior do que as projeções do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para os Estados Unidos.
"Mesmo se falhar, os custos serão limitados" em comparação com o impacto já sentido na sociedade, economia e cenário político da China, diz Guonan Ma, membro sênior do Centro de Análise da China do Asia Society Policy Institute. "Não deveria ser pior do que não tentar."
O apoio a uma abordagem mais voltada para a economia sinaliza a movimentação rápida de Pequim para evitar uma forte recessão econômica, que poderia minar o suporte da população ao partido comunista, explicam economistas entrevistados pelo <b>The Wall Street Journal</b>.
Até o momento, as políticas de controle da pandemia defendidas por Xi sufocaram a produção, aumentaram o desemprego, deterioraram a confiança do investidor e do consumidor e incentivaram os maiores protestos políticos antigovernamentais vistos pelo país em décadas.