A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, reforçou que a taxa de juros nos EUA deve subir a um nível acima de 5% e permanecer neste patamar ao longo de todo o ano de 2023, durante entrevista à <i>Bloomberg TV</i> nesta sexta-feira, 16. A fala corrobora o que disseram outros dirigentes da entidade e o que indicou as últimas projeções do BC americano, divulgadas na quarta-feira passada, 14.
Contudo, Mester disse que sua projeção pessoal para a taxa dos Fed funds ao fim do ano que vem está um pouco acima dos 5,1% mostrados na mediana das projeções. Para ela, isso se deve ao fato de que a inflação nos EUA permanece muito acima da meta de 2%, com destaque para a persistência nos preços de serviços.
Embora Mester admita que a redução recente das leituras inflacionárias constituem "boa notícia", ela ponderou que isso não a surpreendeu. O movimento visto nos preços é de início de estabilização, de acordo com a dirigente, que não terá direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em 2023.
"Devemos nos preparar para juros altos por bastante tempo, mas não sei o período exato" em que cortes nas taxas poderão ocorrer, afirmou a banqueira central, que ainda reforçou que demorará "algum tempo" até que a inflação retorne à meta de 2%.
Quanto ao crescimento da economia americana, Mester disse que não projeta contração no momento, mas sim um período de avanço abaixo da tendência histórica. Neste contexto, não seria necessário um choque muito profundo para que a atividade virasse para o negativo, destacou. Esse desenvolvimento, contudo, é parte do processo de reduzir a demanda e controlar a inflação, lembrou.