A estilista e designer britânica Vivienne Westwood, uma influente fashionista que desempenhou um papel fundamental no movimento punk, morreu na quinta-feira, 29, aos 81 anos.
A notícia foi anunciada na conta oficial da sua marca no Twitter. "Vivienne Westwood morreu hoje, pacificamente e rodeada pela sua família, em Clapham, no sul de Londres. O mundo precisa de pessoas como a Vivienne para fazer a mudança para um mundo melhor", diz a curta nota. A causa da morte não foi divulgada no comunicado.
A carreira de moda de Westwood começou na década de 1970 com a explosão do punk, quando sua abordagem radical ao estilo de rua urbano conquistou o mundo. Mas ela passou a desfrutar de uma longa carreira destacada por uma série de desfiles triunfantes em Londres, Paris, Milão e Nova York.
O nome Westwood tornou-se sinônimo de estilo e atitude, mesmo quando ela mudava o foco de ano para ano. Seu alcance era vasto e seu trabalho nunca era previsível.
À medida que sua estatura crescia, ela parecia transcender a moda, com seus designs exibidos em coleções de museus em todo o mundo. A jovem que havia desprezado o establishment britânico acabou se tornando um de seus principais nomes, e ela usou sua posição de elite para fazer lobby por reformas ambientais, mesmo mantendo o cabelo tingido do tom brilhante de laranja que se tornou sua marca registrada.
Andrew Bolton, curador do Costume Institute do Metropolitan Museum de Nova York, disse que Westwood seria celebrada por ser pioneira no visual punk, combinando uma abordagem de moda radical com os sons punk anárquicos desenvolvidos pelos Sex Pistols, gerenciados por seu então parceiro, Malcom McLaren.
"Eles deram ao movimento punk uma aparência, um estilo, e foi tão radical que rompeu com qualquer coisa do passado", disse ele. "As camisas rasgadas, os alfinetes de segurança, os slogans provocativos. Ela introduziu o pós-modernismo. Foi tão influente a partir de meados dos anos 70. O movimento punk nunca se dissipou – tornou-se parte do nosso vocabulário de moda. Agora é mainstream."
A longa carreira de Westwood foi cheia de contradições: ela foi uma rebelde ao longo da vida que foi homenageada várias vezes pela rainha Elizabeth II. Ela se vestia como uma adolescente mesmo na casa dos 60 anos e se tornou uma defensora da luta contra o aquecimento global, alertando sobre a destruição do planeta se a mudança climática não fosse controlada.