Morto neste sábado, 31, aos 95 anos, por causa de complicações da idade avançada, o Papa Bento XVI liderou a Igreja Católica entre 19 de abril de 2005 a 28 de fevereiro de 2013 e durante a vida se aproximou do esporte, mais especificamente do futebol, em algumas oportunidades.
Nascido em Marktl, um município da Baviera, na Alemanha, o pontífice emérito era apontado como torcedor do Bayern de Munique, algo nunca confirmado oficialmente. Apesar disso, tornou- se sócio honorário do clube, de acordo com o jornal italiano Gazzetta Dello Sport. Contudo, o clube não publicou em suas redes sociais ou site qualquer tipo de homenagem ou menção à morte de Bento XVI.
Aproximou-se do futebol, de fato, no ano de 1985, um antes do planeta parar para acompanhar a Copa do Mundo do México, vencida pela Argentina. Na época, quando ainda era apenas o Arcebispo de Munique, o então Cardeal Joseph Ratzinger escreveu o artigo intitulado "O jogo e a vida: sobre o Campeonato Mundial de Futebol". No escrito, tentou identificar quais motivos levaram o esporte a atrair tantas pessoas ao redor do mundo. E chegou a apontar que a partida é uma "tentativa de retornar ao paraíso", escreveu.
"Nesse sentido, o jogo seria, então, uma espécie de tentativa de retornar ao paraíso: sair da escravizante seriedade da vida cotidiana e de seus cuidados para a seriedade livre do que não necessariamente tem que ser e que, justamente por isso, é bonito. Frente a isso, o jogo transcende, em certo sentido, a vida cotidiana; mas, sobretudo na criança, tem ainda outro caráter: é um exercício para a vida, simboliza a própria vida e, por assim dizer, a conduz de uma forma plasmada com liberdade", diz em um trecho do texto.
Ainda de acordo com o jornal italiano Gazzetta Dello Sport, Bento XVI tinha como costume praticar atividades físicas, mesmo depois de ter deixado o cargo, adotando uma bicicleta ergométrica como sua companheira de treinos.
CENA FAMOSA DE "DOIS PAPAS" É INVERÍDICA
O filme "Dois Papas" lançado e produzido pela Netflix em 2019, foi um sucesso arrebatador de público e crítica. No longa, o diretor brasileiro Fernando Meirelles conta a história da eleição e a renúncia de Joseph Ratzinger e a jornada do Cardeal Jorge Mario Bergoglio até se tornar o Papa Francisco, sucessor de Bento XVI.
No filme, diversas cenas de interação entre os dois ficaram marcadas, sobretudo a derradeira, quando o argentino Jorge Mario Bergoglio assistiu a final da Copa do Mundo de 2014 com o alemão Bento XVI. Contudo, na vida real, apenas o hoje Papa Francisco é aficionado pelo futebol – torcedor declarado e fanático do San Lorenzo. Segundo jornais italianos, Bento XVI sequer assistiu ao duelo que trouxe o tetracampeonato mundial ao seu país, pois estava cochilando na hora da partida.