Depois de anunciar que pediria na sexta-feira, 6, a reabertura de processo por estelionato contra o deputado republicano George Santos, o Ministério Público do Rio (MPRJ) anunciou que fará o pedido ainda nesta terça-feira, 3.
Também nesse dia, o filho de brasileiros que emigraram para os Estados Unidos e foi eleito por um distrito de Nova York apresentando-se como exemplo do sonho americano, assume sua vaga na Câmara dos Representantes americana. O MP do Rio explicou que pedirá que Santos seja intimado nos EUA, já que agora o acusado tem endereço conhecido.
O crime de estelionato é tipificado no Artigo 171 do Código Penal nacional. No caso de Santos, segundo o MP, ficou caracterizado em 2008, quando ele foi acusado de fazer compras em uma loja e pagar os produtos com cheques roubados. A Justiça acatou a denúncia, mas o caso foi suspenso em 2013.
O paradeiro de Santos era desconhecido, e a 2ª Vara Criminal da cidade não conseguia encontrá-lo para fazer a citação, como manda a lei. O republicano, que foi eleito em novembro, também é alvo da procuradoria do condado de Nassau, no Estado de Nova York,que o acusa de mentir em seu currículo. Recentemente, o deputado negou ter cometido qualquer crime.
"A Promotoria de Justiça junto à 2ª Vara Criminal de Niterói esclarece que, nesta terça-feira (03/01), peticionará no processo em que George Santos foi denunciado pelo crime de estelionato cometido em 2008. Na petição, a promotoria informará que o réu foi eleito deputado nos Estados Unidos da América e que, portanto, tem endereço certo, o que vai possibilitar sua citação e a reabertura do processo", informou em nota o MPRJ.
De acordo com o órgão, a suspensão do processo naquele ano também interrompeu os prazos – e, por isso, o crime de estelionato ao qual George Santos responde em Niterói não prescreveu.
<b>Currículo inflado</b>
As inconsistências no currículo foram reveladas pelo New York Times. Inicialmente, George Santos negou que tivesse inventado dados em sua biografia, mas depois admitiu a fraude. Ainda assim, declarou ao New York Post que não era criminoso "nem aqui (EUA), nem no Brasil, nem em qualquer jurisdição do mundo".
Até a publicação deste texto, o <b>Estadão</b> tentou um posicionamento de George Santos, mas sem sucesso. Este espaço permanece aberto a manifestações.