A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lisa Cook, acredita que a inflação dos Estados Unidos continua muito alta, apesar de alguns sinais encorajadores ultimamente, e é, portanto, motivo de grande preocupação. "Estou comprometida em trazer a inflação de volta à meta de 2%", ressaltou em discurso, durante evento das Associações Aliadas de Ciências Sociais (ASSA, da sigla em inglês).
A banqueira central comentou sobre os dados do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de novembro, que, segundo ela, estão um pouco abaixo dos picos alcançados no primeiro semestre do ano passado. "No entanto, os dados mensais são bastante voláteis, por isso gostaria de alertar contra colocar muito peso nesses últimos relatórios favoráveis", ponderou.
Cook afirmou ainda que, desde o início da pandemia, as medianas de muitas pesquisas de medidas de longo prazo sugerem que as expectativas de inflação ainda estão dentro das faixas pré-pandêmicas, apesar de terem subido um pouco. "Qualquer desancoragem das expectativas seria uma grande preocupação, pois poderia fazer com que a alta inflação que temos vivido se mostrasse mais persistente", destacou.
"Fundamentalmente, devemos estar vigilantes para garantir que as pressões e interrupções de custos da era pandêmica não tenham efeitos duradouros sobre a inflação. Se os choques de custos e as interrupções na oferta mantiverem a inflação elevada por um período longo o suficiente, as expectativas de inflação das famílias e das empresas podem subir – um desenvolvimento que pode colocar pressão adicional sobre a inflação", acrescentou.