O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 30, mostrou aumento marginal no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A mediana para a alta do PIB em 2023 passou de 0,79% para 0,80%, mesmo porcentual de um mês antes. Considerando apenas as 54 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 0,79% para 0,82%.
Apesar de não ter sido divulgado ainda, o PIB de 2022 não faz mais parte do Boletim. Para 2024, o Relatório Focus mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50%, mesma projeção de um mês atrás.
Para 2025, a mediana cedeu marginalmente de 1,90% para 1,89%, repetindo a taxa de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que está em 2,00% há 46 semanas.
As projeções para a dívida pública e o déficit primário em 2023 continuaram a mostrar leve melhora no Boletim Focus após o anúncio das primeiras medidas econômicas para amenizar o rombo primário estimado para este ano.
Segundo a lei orçamentária aprovada, o déficit primário previsto para 2023 é de R$ 231,5 bilhões, mas a equipe econômica apresentou um conjunto de medidas com potencial de ajuste de R$ 242,68 bilhões. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, porém, que trabalha com um rombo primário entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões em 2023.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção de déficit primário passou de 1,11% para 1,10% do PIB na última semana, de 1,20% quatro semanas antes.
Em relação ao resultado nominal, porém, houve piora. A mediana deficitária passou de 8,35% para 8,45% do PIB este ano. Há um mês, a mediana era negativa em 8,60% do PIB.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023, a estimativa arrefeceu de 61,60% para 61,40% do PIB, de 61,95% há um mês.
<b>Balança comercial</b>
Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa para o superávit da balança comercial em 2023 no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira.
A projeção superavitária variou de US$ 58,00 bilhões para US$ 57,60 bilhões, contra US$ 58,00 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana foi mantida em US$ 52,40 bilhões, de US$ 53,00 bilhões há quatro semanas.
Em relação à estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, a mediana deficitária para 2023 continuou em US$ 46,00 bilhões, de US$ 47,10 bilhões um mês atrás.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes este ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas.