O medalhista de ouro olímpico e ex-campeão dos pesos-pesados Wladimir Klitschko tornou-se mais um aliado da Ucrânia contra os planos do Comitê Olímpico Internacional (COI) que pretende permitir a participação de alguns atletas russos e belarussos nos Jogos de Paris em 2024. Por meio de mensagem de vídeo, publicada nesta segunda-feira, ele deu a entender que os líderes esportivos serão cúmplices de guerra caso essa liberação seja confirmada.
O vídeo de Klitschko, que teve a duração de um minuto e foi gravado ao lado de prédios danificados por bombas foi um desafio direto ao presidente do COI, Thomas Bach. "O mundo está te observando, a história vai te julgar. Boa sorte com sua decisão", disse o boxeador ucraniano.
Na mensagem, ele ironizou ainda os princípios do esporte em meio a esse conflito bélico internacional. "Você é o representante dos valores universais de tolerância e paz. Te digo: russos são campeões olímpicos em crimes contra civis."
O COI estabeleceu na semana passada uma possibilidade de participação para russos e belarussos que não apoiaram abertamente a guerra para buscar a classificação para Paris e competir durante 18 meses como atletas de países neutros, sem bandeira e sem hino. A princípio, esses eventos de qualificação seria disputados provavelmente no continente asiático.
Esse abrandamento da entidade que comanda o esporte olímpico internacional surgiu em fevereiro do ano passado, provocando um profundo descontentamento na Ucrânia, que chegou cogitar a possibilidade de boicote a Paris.
Wladimir é irmão de Vitali Klitschko, atual prefeito de Kiev, capital da Ucrânia. Vitali ganhou fama por sua atuação como boxeador na categoria peso-pesado netre os anos de 1996 e 2017. Ex-campeão pelo Conselho Mundial de Boxe, ele não hesitou em pegar em armas para fazer parte da linha de frente na guerra contra a Rússia.
