O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos informou nesta quarta-feira que venderá US$ 96 bilhões em títulos na próxima semana, como parte de uma operação de refinanciamento trimestral. O volume é igual ao implementado na última atualização, de novembro, em meio às incertezas relativas ao teto da dívida norte-americana.
Em comunicado, o Tesouro reafirmou que as medidas extraordinárias para garantir o financiamento do governo devem ser suficientes até pelo menos junho. Desde o mês passado, o Tesouro tem utilizado esses procedimentos temporários para contornar o teto da dívida americana.
"Embora não sejamos capazes de fornecer uma estimativa de quanto tempo as medidas extraordinárias nos permitirão continuar a pagar as obrigações do governo, é improvável que o caixa e as medidas extraordinárias se esgotem antes do início de junho", destaca a nota.
Ainda de acordo com o Tesouro, as vendas dos títulos será usada para reembolsar aproximadamente US$ 67,1 bilhões em notas e títulos privados do Tesouro com vencimento em 15 de fevereiro de 2023. O órgão acredita que os tamanhos atuais de emissão o deixam bem posicionado para atender a uma série de possíveis necessidades de empréstimos.
Os leilões serão de US$ 40 bilhões em T-notes de 3 anos, na próxima terça-feira, 7; US$ 35 bilhões em T-notes de 10 anos na quarta-feira, 8; e US$ 21 bilhões em T-bonds de 30 anos na quinta-feira, 9.
"Até que o teto da dívida seja suspenso ou aumentado, as restrições relacionadas ao limite da dívida levarão a uma variabilidade acima do normal na emissão de títulos de referência e ao uso significativo de CMBs", afirma o Tesouro, em referência a um tipo de título de curto prazo.
Para o BMO Capital Markets, a manutenção dos volumes trimestrais de vendas de títulos já era esperada. "Dado que estamos em meio a um impasse no teto da dívida, o Tesouro optou por permanecer firme e manter a máxima flexibilidade", explica.
Pela legislação norte-americana, teto da dívida pública precisa ser elevado periodicamente pelo Congresso para que o governo consiga cumprir obrigações financeiras. Com o controle da Câmara dos Deputados, a oposição republicana ameaça não aumentar o limite se a Casa Branca se recusar a fazer concessões em sua agenda econômica, como cortes de gastos.