O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, afirmou, nesta segunda-feira, 6, que o processo de redução da inflação no Reino Unido ainda não está em um estágio que permita discussões sobre uma guinada em direção ao relaxamento monetário.
Em evento, Pill explicou que ainda há incertezas em relação à persistência da escalada dos preços e, por isso, o BoE não sabe quando começará a cortar juros.
Segundo ele, o BC britânico avançou bastante no processo de estabilização da inflação, mas parte do efeito do aperto monetário sobre a economia ainda será sentido.
<b> Boas notícias </b>
O economista-chefe do Banco da Inglaterra afirmou que os preços no Reino Unido ainda estão em alta, mas que houve "boas notícias" no processo de redução da inflação nos últimos meses. Ele reforçou o compromisso da autoridade monetária com a estabilidade de preços.
Segundo ele, a previsão é de que, até meados do ano que vem, a inflação retorne à meta de 2%. "Estou confiante", ressaltou, em referência à capacidade do BoE de cumprir a missão de conter a escalada inflacionária.
<b>Movimento dos juros</b>
O economista evitou fixar um prazo para que os juros tenham que ficar em níveis restritivos no país. Disse apenas que, nos Estados Unidos, é provável que as taxas sigam elevadas por um período mais prolongado, por conta de desequilíbrios no mercado de trabalho.
Na Europa, se os preços de energia caírem de forma sustentada, possivelmente os juros não terão que ficar tão altos, na visão dele. Pill, contudo, vê mais chances de que a inflação se incorpore à economia no Reino Unido do que na zona do euro.
O economista-chefe do BoE também comentou que uma eventual mudança na meta de inflação não seria "uma boa ideia". Para ele, o Brexit teve impacto na capacidade da economia britânica de produzir.
Na última quinta-feira, o BoE subiu juros em 50 pontos-base, em ritmo mais rápido que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).